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Moody's retira selo de bom pagador do Brasil

24 de fevereiro de 2016

Agência segue passo já dado pela Standard & Poor's e Fitch e rebaixa avaliação de crédito do país para o grau especulativo, com perspectiva de evolução negativa. Decisão torna financiamentos no exterior mais caros.

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Foto: picture alliance/ANP/L. van Lieshout

A agência de classificação de riscos Moody's rebaixou a avaliação do crédito soberano do Brasil para abaixo do nível de investimento, na prática retirando o selo de bom pagador do país.

A nota passou de "Baa3", último nível do grau de investimento, para "Ba2", já no grau conhecido como especulativo. A perspectiva de evolução é negativa, ou seja, é provável que haja nova redução na próxima avaliação.

A Moody's segue, assim, movimentos semelhantes feitos pelas agências Standard & Poor's e Fitch, que também haviam retirado o grau de investimento do Brasil. A decisão torna o custo do financiamento, não só do governo, mas também das empresas, mais caro.

Segundo a Moody's, um dos motivos que levou ao rebaixamento foi a perspectiva de maior deterioração dos indicadores de dívida do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com a dívida do governo provavelmente superior a 80% do Produto Interno Bruto (PIB) em três anos.

"Esperamos um crescimento negativo do PIB, em média, de 0,5% entre 2016 e 2018 e, adicionalmente, esperamos que as taxas de juro se mantenham elevadas em termos reais, o que vai contribuir para uma dívida pública pouco sustentável, com os pagamentos dos juros a representarem mais de 20% das receitas do governo", afirmou a Moody's em nota.

A agência também citou as dinâmicas políticas desafiadoras, que devem continuar dificultando esforços de consolidação fiscal e atrasando reformas estruturais.

O anúncio da Moody's era esperado pelos mercados, que reagiram de forma contida. Mesmo assim assim, é mais um revés para o governo Dilma Rousseff, que, além do processo de impeachment e da impopularidade, enfrenta pressão crescente para relaxar seus esforços fiscais e estimular o crescimento econômico.

AS/abr/rtr/lusa