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Morte de Arafat: "Fim de uma era"

(rr)11 de novembro de 2004

Políticos alemães acreditam que morte de Arafat dará impulso às negociações de paz no Oriente Médio. Segundo Joschka Fischer, essencial é garantir transição regular. UE se empenhará na criação de um Estado palestino.

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Fischer: 'Vida de Arafat foi sinônimo da história de seu povo'Foto: AP

Após a morte do líder palestino Yasser Arafat, políticos alemães reforçaram a esperança de que seu sucessor obtenha sucesso nas negociações para a paz no Oriente Médio. Representantes de todos os partidos políticos salientaram a necessidade de garantir uma transição política regular.

A União Européia anunciou que se empenhará para encerrar o conflito na região e garantir a criação de um Estado palestino independente. Segundo o responsável pela Política Externa e Segurança da UE, Javier Solana, "a União Européia fará de tudo para realizar esse sonho de Arafat. O sofrimento do povo palestino tem que acabar. É uma questão de justiça".

Acabar com "espiral do terror"

Mädchen mit Poster von Palästinenserführer Yasser Arafat Machtkampf Abbas Arafat
Foto: AP

Em carta ao primeiro-ministro Ahmed Kureia, o chanceler federal Gerhard Schröder caracterizou a morte do líder palestino como uma grande perda para seu povo e lamentou que ele não tenha podido realizar seu maior objetivo de "guiar o povo palestino à independência e fundar um Estado soberano". Schröder, no entanto, decidiu não acompanhar o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, à cerimônia fúnebre, marcada para o próximo sábado (13/11) no Cairo.

Segundo Fischer, a morte de Arafat pode vir a significar uma aceleração do processo de paz. Para o ministro, que falou no "final de uma era", "a vida de Arafat foi sinônimo da trágica e atribulada história de seu povo". Porém, para fazer jus a essa luta, é preciso que israelenses e palestinos voltem à mesa de negociações e interrompam a "espiral do terror".

"Sem progressos substanciais no processo de paz no Oriente Médio, não poderemos solucionar nenhum outro conflito na região", disse Fischer. "O plano de desocupação da Faixa de Gaza e parte da Cisjordânia é uma grande chance no caminho para a paz e temos que aproveitá-la. O importante é que não se crie um vácuo no poder e que haja uma transição regular."

Fischer confirmou o engajamento da União Européia em intensificar as negociações de paz, salientando a importância de que sejam realizadas eleições o mais rápido possível, de forma a estabelecer uma liderança legítima.

Arafat, entre a paz e o terrorismo

Horst Köhler
O presidente alemão Horst KöhlerFoto: dpa

Também o presidente alemão, Horst Köhler, desejou aos políticos palestinos "a coragem e a perspicácia para tomar passos decididos no caminho da paz e das reformas". Para a chefe da União Democrata Cristã (CDU), Angela Merkel, Arafat era um "símbolo do povo palestino", a quem associa "a esperança do povo palestino de levar uma vida pacífica em um Estado próprio". Ela salientou, no entanto, que isso só será possível quando "os palestinos reconhecerem incondicionalmente o Estado de Israel".

Para Edmund Stoiber, governador do Estado da Baviera e chefe da União Social Cristã (CSU), "a morte de Yasser Arafat possui dimensões extraordinárias". Ele espera que o sucessor possa trazer um novo impulso ao processo de paz iniciado em Oslo. Representantes dos partidos Verde e Liberal, bem como democratas-cristãos, haviam criticado o líder palestino por desperdiçar tantas chances.

Friedbert Pflüger, da CDU, salientou que o nome de Arafat está relacionado não apenas ao Acordo de Paz de Oslo, mas também "ao terrorismo palestino, que custou a morte de milhares de inocentes". Para ele, a morte do líder palestino é uma chance de recomeço, mas a colaboração dos Estados Unidos é essencial.

Segundo o chefe do Partido Liberal, Guido Westerwelle, não se pode permitir, de forma alguma, que a morte de Arafat leve a uma desestabilização da região. Ele sugere a organização de uma conferência para discutir a segurança e a cooperação no Oriente Médio.