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Mortes por coronavírus já passam de 3 mil em todo o mundo

1 de março de 2020

Mais de 88 mil pessoas foram infectadas em mais de 60 países. EUA, Austrália e Tailândia confirmam primeiras mortes, enquanto China volta a registrar aumento nos casos de contaminação, que se aproximam de 80 mil no país.

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Equipes desinfetam estação de trem na Coreia do Sul
Coreia do Sul é o segundo país com mais infecções pelo coronavírus depois da China Foto: Imago Images/Xinhua

O surto do novo coronavírus já deixou 3 mil mortos e mais de 88 mil infectados em mais de 60 países, segundo dados divulgados neste domingo (01/03). Somente na China, primeiro país a registrar a doença, foram confirmados quase 80 mil infectados e 2.870 mortos.

A nação asiática, onde a atividade econômica está em grande parte paralisada desde o final de janeiro em razão das medidas para conter o contágio, anunciou 573 novos casos de contaminação, o número mais alto em uma semana.

Por sua vez, Estados Unidos, Austrália e Tailândia registraram suas primeiras mortes por coronavírus neste fim de semana.

No sábado, autoridades americanas informaram que um homem de 50 anos no estado de Washington havia morrido, depois de ser testado para a doença na quinta-feira. As autoridades disseram que não sabem como ele contraiu o vírus. O homem não tinha histórico de viagens para as áreas afetadas ou contato com casos conhecidos de Covid-19.

Além dessa primeira morte, 21 casos foram registrados nos Estados Unidos, aos quais se somam 47 pacientes repatriados para o país. Vários pacientes diagnosticados nos últimos dias não tinham ligação conhecida com um surto, sugerindo que a doença está se espalhando em solo americano. Diante disso, o governo anunciou uma expansão nas restrições de viagem, que afetam Irã, Itália e Coreia do Sul.

Na Tailândia, um vendedor de 35 anos morreu de Covid-19, revelou neste domingo o departamento de controle de doenças do país. O homem também havia testado positivo para dengue.

Na Austrália, um homem de 78 anos que estava no navio Diamond Princess, atracado no Japão, morreu em um hospital no estado da Austrália Ocidental. A esposa dele também contraiu o vírus.

A Coreia do Sul, segundo país mais afetado depois da China, registrou neste domingo 586 casos adicionais, totalizando 3.736 contaminações, além de 20 mortes. O número de novas infecções diminuiu em comparação a sábado, quando foi anunciado o número recorde de 813 casos. 

Para conter a propagação, igrejas católicas permaneceram fechadas na Coreia do Sul neste domingo como parte de uma política imposta para evitar reuniões públicas. A Igreja Católica tem cerca de 5,8 milhões de fiéis no país.

Neste domingo, Armênia e Luxemburgo confirmaram seus primeiros casos de contágio provocado pelo novo coronavírus. No caso de Luxemburgo, o paciente é um homem de 40 anos que havia viajado à Itália, revelou o ministério da Saúde do país. Já o caso da Armênia envolve um cidadão que esteve no Irã e que foi hospitalizado em estado estável.

O Irã, por sua vez, anunciou neste domingo a morte de mais 11 pessoas infectadas pelo coronavírus, elevando o total de mortos no país para 54. Além disso, foram reportados 385 novos casos, totalizando 978 contaminados. O serviço farsi da rede BBC, citando fontes hospitalares, disse que pelo menos 210 pessoas morreram no Irã, número negado pelas autoridades.

Na Europa, a França, o segundo foco epidêmico no continente, cancelou todos os "eventos reunindo mais de 5.000 pessoas" em ambiente fechado, como o último dia do Salão de Agricultura em Paris. A decisão também se aplica a certos eventos ao ar livre, como a meia-maratona de Paris. Também foram tomadas medidas de precaução nas mesquitas.

O famoso museu do Louvre, na capital francesa, também ficou fechado neste domingo. Funcionários se recusaram a abrir as portas do museu mais visitado do mundo devido a temores do coronavírus. O país europeu já registrou 130 casos de infecção e duas mortes, 

A vizinha Itália, que ultrapassou 1.600 casos de contaminação, incluindo 34 mortos, também adotou medidas drásticas, como o fechamento das escolas em três regiões, o cancelamento de eventos esportivos e culturais, incluindo o adiamento de cinco partidas do campeonato de futebol (Série A), e quarentena por uma semana em 11 municípios do norte, o pulmão econômico do país.

No sábado, o Ministério da Saúde brasileiro confirmou o segundo caso importado de infecção pelo coronavírus Sars-CoV-2 no país. Assim como na primeira ocorrência, o paciente está em São Paulo e retornou da Itália recentemente.

Após o Brasil, o coronavírus chegou a outros países latino-americanos. O México já tem cinco casos confirmados, após o anúncio de uma nova infecção no sábado, de uma jovem de 20 anos do estado de Coahuila que viajou à Itália, e de outra infecção neste domingo, de uma jovem no estado de Chiapas que esteve em Milão por motivos de estudo.

Os outros três casos são homens, dos quais dois (de 35 e 59 anos) estão na Cidade do México e um (de 41 anos), no estado de Sinalefa. Os três participaram de um congresso na cidade italiana de Bergamo, onde tiveram contato com um local que contraiu o vírus na Malásia.

O Equador, por sua vez, confirmou o primeiro caso de coronavírus no país neste sábado, sendo o segundo país da América do Sul a registrar a doença. A paciente é uma mulher equatoriana de mais de 70 anos que vive na Espanha e retornou ao país há cerca de 15 dias.

JPS/rtr/dpa/lusa/afp

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