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Muçulmanos alemães vão ajudar a integrar refugiados

Heiner Kiesel (ca)12 de novembro de 2015

Ministro do Interior vê associações assistenciais islâmicas como essenciais para o bom acolhimento e integração de refugiados. Elas receberão ajuda estatal para a tarefa.

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De Maizière diz que muçulmanos residentes na Alemanha podem servir de modelo para aqueles que chegamFoto: picture-alliance/dpa/K.D.Gabbert

As associações muçulmanas na Alemanha deverão participar mais da integração dos refugiados. O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, pressionou por isso durante a Conferência Nacional sobre o Islã, em Berlim, nesta semana. "Eu espero que os muçulmanos residentes no país e suas associações se tornem uma ponte para aqueles que estão chegando", afirmou o ministro depois do encontro.

De Maizière assinalou que 70% dos refugiados são muçulmanos. Segundo ele, os muçulmanos que vivem na Alemanha podem servir de modelo aos que estão chegando. "Os muçulmanos que vivem na Alemanha possuem a sensibilidade adequada e podem se tornar um grande ponto de referência para todos que vêm até nós."

Para reforçar o papel das associações assistenciais islâmicas, elas deverão ser incluídas nos programas de apoio estatal. Além disso, a ministra da Família, Manuela Schwesig, cogita ofertar seminários e serviços de consultoria, através dos quais tais associações serão apoiadas na montagem de suas instalações de ajuda. A ministra chamou os muçulmanos residentes na Alemanha de "embaixadores da cultura".

De acordo com Schwesig, as associações assistenciais islâmicas já prestam um grande serviço: cerca de 10 mil muçulmanos participam delas e, com seu trabalho, alcançam por volta de 150 mil pessoas. No entanto, é essencial que essas ofertas de ajuda sejam abertas a diferentes grupos religiosos, ressaltou Schwesig. "Não queremos sociedades paralelas."

PK zur Islamkonferenz in Berlin
Schwesig quer evitar "sociedades paralelas"Foto: picture-alliance/dpa/B. Von Jutrczenka

Zekeriya Altuğ, membro da União Turco-Islâmica (Ditib), disse estar satisfeito com o reconhecimento público do trabalho social islâmico. "Até agora, foi dada muito pouca atenção ao trabalho assistencial muçulmano", afirmou.

Com o fortalecimento do papel dos muçulmanos, Altuğ manifestou a esperança de que eles obtenham a chance de criar uma imagem positiva, de "que sejam reconhecidos não somente como destinatários de serviços assistenciais, mas também como prestadores de assistência, ou seja, como pessoas que estendem suas mãos e ajudam também pessoas não muçulmanas".

Participantes muçulmanos da Conferência sobre o Islã enfatizaram que suas associações já se engajam há anos na assistência à juventude, crianças e idosos e que também prestam ajuda valiosa na superação da problemática dos refugiados.

O grupo de trabalho de cuidados assistenciais islâmicos também destacou as ações de coleta de dinheiro e roupas, o acolhimento de refugiados em mesquitas e a inclusão dos recém-chegados em festas e cultos religiosos.