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Muçulmanos comparam AfD a partido nazista

18 de abril de 2016

Presidentes do Conselho Central dos Muçulmanos e do Conselho Islâmico na Alemanha criticam partido populista de direita. Recentemente, a legenda afirmou que o islã é incompatível com a Constituição do país.

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Aiman Mazyek, presidente do Conselho Central dos Muçulmanos
Aiman Mazyek afirma que é preciso conscientizar a população sobre atual onda de islamofobiaFoto: picture-alliance/dpa/O. Berg

O Conselho Central dos Muçulmanos da Alemanha comparou nesta segunda-feira (18/04) o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ao antigo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), de Adolf Hitler.

"Pela primeira vez desde a Alemanha de Hitler há um partido que desacredita toda uma comunidade religiosa e a ameaça existencialmente", disse à emissora NDR o presidente do Conselho Central dos Muçulmanos, Aiman Mazyek.

Segundo Mazyek, o partido de direita surfa atualmente numa onde de islamofobia, que ganhou força no país nos últimos anos e sobre a qual é preciso conscientizar a população.

Para ele, a AfD quer abolir a ordem democrática e apresenta propostas inconstitucionais. Recentemente, políticos do partido afirmaram que o islã é incompatível com a Constituição alemã. O líder da AfD no estado de Brandemburgo, Alexander Gauland, por exemplo, classificou a religião de "corpo estranho" no país.

Atrair novos eleitores

O presidente do Conselho Islâmico da Alemanha, Burhan Kesici, acusou a AfD de brincar com os medos das pessoas. Com sua proposta de proibir símbolos islâmicos em público, o partido quer angariar votos, disse.

"Tivemos uma onda de refugiados no ano passado, temos muito desemprego e outros problemas. Acho que eles estão tentando se beneficiar, usando o islã para atrair novos eleitores", afirmou à emissora Deutschlandfunk.

Kesici afirmou que a religião é "obviamente compatível com a Constituição alemã" e que não há necessidade de muçulmanos fazerem campanha contra as opiniões da AfD.

O líder afirmou que o islã defende a igualdade entre homens e mulheres e que elas não têm necessariamente que usar véu. "Cabe a uma mulher optar se quer usar a burca, e isso não tem nada a ver com pressão social", disse Kesici.

Steffen Seibert, porta-voz da chanceler federal Angela Merkel, reiterou que a Constituição alemã garante a seus cidadãos a liberdade de crer e praticar qualquer religião. Ele também destacou que Merkel enfatizou várias vezes que os islã "sem dúvida pertence à Alemanha".

LPF/dw/kna/dpa