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Muita intriga, pouco consenso

(ca)12 de setembro de 2005

UE inicia campanha pelas metas do milênio estipuladas pela ONU e prevê maior conscientização do cidadão sobre problemas relacionados ao desenvolvimento. Partidos alemães usam reforma da ONU em campanha eleitoral.

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Sede das Nações Unidas em Nova YorkFoto: AP

Quando for aberta a 60ª sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (13/09), em Nova York, estará começando um dos mais importantes encontros de cúpula da ONU. Mais de 170 chefes de Estado confirmaram presença na reunião, cujo relatório final deverá decorrer sobre temas envolvendo o desenvolvimento, a segurança, direitos humanos e sobre a reforma da organização.

Entretanto, organizar os interesses dos diversos blocos na implementação de algum tipo de reforma será uma tarefa hercúlea: o plano de ampliação do Conselho de Segurança ameaça não acontecer, os Estados Unidos anexaram uma lista com 750 alterações ao plano de reforma e agora outros países, como o bloco dos chamados não-alinhados, encabeçados pelo Egito, Paquistão e Índia, querem fazer o mesmo.

Na discussão sobre as metas comuns, que deverão fazer parte do relatório final, existem também profundas divergências de opinião em torno dos temas centrais, não somente entre a União Européia e os Estados Unidos, como também entre os países em desenvolvimento.

Propostas da União Européia

Kandidaten für UN Sicherheitsrat
Candidatos a uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas: Índia, Japão, Brasil e AlemanhaFoto: AP

Somente após o protesto da União Européia, os Estados Unidos resolveram aceitar a inclusão das MDG no relatório final, as chamadas metas do milênio assinadas em 2000, com a condição de que sejam “definidas de forma clara”, como ressalta o novo embaixador americano na ONU, John Bolton.

Enquanto os norte-americanos se recusam a qualquer comprometimento em relação a metas como o aumento da ajuda aos países em desenvolvimento, países da União Européia, como a Alemanha, a França e o Reino Unido, estipularam que o objetivo de transferência de 0,7% do respectivo PNB (Produto Nacional Bruto) deverá ser alcançado até 2015.

Cartazes e TV

Através de um website próprio, a União Européia iniciou uma campanha em prol das metas do milênio. Além disso, faixas em aviões e comerciais de televisão deverão aumentar a conscientização para os problemas do desenvolvimento.

Para a 60ª sessão da Assembléia Geral da ONU, a UE estabeleceu como fundamentais, entre outros, os seguintes pontos: a luta contra o terrorismo, o estabelecimento de uma Comissão para Consolidação da Paz e a reforma e revitalização da Assembléia Geral como elemento essencial de mudanças na ONU.

Campanha eleitoral e a ONU

Gerhard Schröder und Angela Merkel
Merkel e Schröder, posições diferentes para a reforma da ONUFoto: dpa - Fotoreport

Os partidos que concorrem às eleições parlamentares de 2005 concentram seus programas em diferentes pontos do relatório final. A União Democrata Cristã (CDU) propõe acoplar sua cooperação com os países em desenvolvimento a uma política econômica e de segurança, além de querer concentrar esta ajuda a determinados países e setores.

Os verdes pretendem, antes de tudo, lutar pelo estabelecimento das metas do milênio, privilegiando os países do chamado Terceiro Mundo que fizerem, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento e ao governo, o seu dever de casa direitinho. Posição também compartilhada pelos liberais do FDP. O Partido de Esquerda afirma, por sua vez, que pretende lutar por uma “regularização democrática dos mercados financeiros” dentro dos âmbitos da ONU.

Para o SPD (Partido Social Democrata), o mais importante é o aumento até 2015 da transferência de 0,7% do PNB dos países industrializados para os países em desenvolvimento. Cogita-se até em um imposto sobre os bilhetes aéreos para o financiamento desta meta.

Para a candidata da oposição democrata-cristã, Angela Merkel, a coalizão social-democrata-verde estaria apenas preocupada com a obtenção de um assento permanente para a Alemanha no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Esquecendo, desta forma, dos demais temas – o que bloquearia uma verdadeira reforma da ONU, especialmente necessária após a divulgação os escândalos de corrupção.