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Salário

Agências (jdc)9 de junho de 2008

Mulheres na Alemanha ganham 22% menos que os homens, estima a Comissão Européia. A taxa coloca o país entre os recordistas em desigualdade salarial na UE, ao lado de Estônia, Chipre e Eslovênia.

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Mulheres fazem o mesmo trabalho por salários mais baixosFoto: picture-alliance / Lehtikuva / Hehkuva

"Na Alemanha, o salário-hora médio das mulheres é 22% mais baixo que o dos homens. Com isso, a Alemanha pertence ao grupo dos países com maior desigualdade salarial entre mulheres e homens na União Européia", declarou Vladimir Spidla, comissário de Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades da União Européia, ao jornal alemão Die Welt.

No bloco europeu como um todo, as mulheres ganham em média 15% menos que os homens, de acordo com estudo da Comissão Européia. Spidla disse que esse valor tem permanecido estável desde 1995, assim como a porcentagem de mulheres que assume cargos de liderança – há anos que essa proporção paira em torno dos 33%.

"Apesar de as mulheres na União Européia terem formação melhor do que os homens, elas têm salários piores e carreiras mais curtas e demoradas para deslanchar", criticou Spidla.

Levantamento causa reações na Alemanha

O fato de a Alemanha estar entre os recordistas na disparidade entre os sexos causou revolta à vice-presidente da Confedereção Alemã de Sindicatos (DGB), Ingrid Sehrbrock. Para ela, uma diferença salarial tão alta é um "escândalo" e fruto da discriminação.

Ela diz que interrupções na carreira por causa de licenças-maternidade ainda fazem com que mulheres percam oportunidades de promoções e aumentos salariais. "Elas deixam de ser consideradas para postos de maior responsabilidade e melhor remuneração. São privadas de ascensão e salários mais altos", diz.

A vice-presidente da DGB cobra ação política que assegure a igualdade salarial por via legal. Ela lamenta que profissões segundo ela "tipicamente femininas" – como as de enfermeira hospitalar ou geriátrica – sejam pior remuneradas que atividades masculinas.

O ministro do Trabalho, Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), reagiu dizendo que o governo deve fazer uma campanha para aumentar o interesse de mulheres por profissões técnicas e por engenharias, que trazem boas perspectivas econômicas.

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Vladimir Spidla exige equiparação salarial entre mulheres e homensFoto: AP

Segundo ele, empregadores, sindicatos e conselhos de empresas devem agir para combater essa desigualdade. Entre as empresas, é preciso garantir o estabelecimento de políticas favoráveis à profissional-mãe – oferecendo, por exemplo, creches para funcionárias com crianças.

Crescimento maior no mercado de trabalho feminino

Enquanto os homens continuam com os melhores salários, mais mulheres do que homens ingressam no mercado de trabalho a cada ano. Segundo a Comissão Européia, o mercado de trabalho europeu passou a contar com mais 7,5 milhões de mulheres entre 2000 e 2006, enquanto entre os homens o aumento foi de 4,5 milhões.

Em compensação, uma entre cada três mulheres trabalha em meio expediente, sistema adotado por apenas 8% dos homens. Ter filhos tem efeito bem diferente sobre a carreira: enquanto apenas 62% das mulheres com filhos se mantêm ativas no mercado de trabalho da União Européia, entre os homens a taxa é de 91%.

"A maternidade faz a taxa de emprego entre as mulheres que trabalham fora despencar a longo prazo, enquanto a paternidade em nada afeta as carreiras masculinas. Isso não é mais aceitável", diz Spidla.