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No topo da lista

26 de junho de 2010

No último ranking da revista britânica, capital da Baviera havia ficado em quarto lugar. Abundãncia de sol, boa conexão internacional do aeroporto e eficiência do sistema de saúde impressionaram publicação.

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Igreja Frauenkirche, em MuniqueFoto: picture alliance/dpa

A cafeteria Starbucks piora a qualidade de vida. Pelo menos é essa a opinião da revista de luxo inglesa Monocle. Segundo a lógica da publicação, a rede de cafeterias contribui, junto com outras empresas transnacionais, para que os centros das cidades ao redor do mundo percam algo de sua singularidade.

Na lista das melhores cidades para se viver, publicada anualmente pela revista desde 2007, há um desconto de pontos nesse quesito. Munique tem cinco filiais da Starbucks, ocupando uma posição intermediária no que se refere a esse aspecto secundário. O ranking também considera muitos outros fatores. Por isso, a cidade do sul da Alemanha foi escolhida pela Monocle em 2010 como a melhor cidade para se viver.

Deutschland Stadt München Panorama Nachtaufnahme Flash-Galerie
A proximidade com os Alpes é uma das vantagens da capital da BavieraFoto: picture alliance/dpa

Em Munique, a notícia foi recebida com certo ceticismo. Stefan Hauf, porta-voz da cidade, afirma não conhecer o ranking e, por isso, não quer opinar a respeito. Entretanto, ele acrescenta que, enquanto nativo da capital bávara, não tem como levantar objeções à notícia e se derrete em elogios. Ele afirma que o sistema de transporte público é o melhor da Europa, que lá convivem de 180 a 190 nacionalidades e que a rede de ciclovias cresce permanentemente. Ele cita o Englischer Garten (jardim inglês, em português) grande parque no centro da cidade, e lembra da baixa criminalidade e do alto nível de nascimentos de Munique.

Hauf segue enumerando, ainda, características como o reduzido desemprego, a famosa Oktoberfest, a proximidade com os Alpes e a oferta cultural da "mais setentrional cidade da Itália" – o porta-voz faz questão de que esse clichê seja mencionado. "Mesmo sem, naturalmente, conhecer todas as cidades do mundo, mas nós somos, sem dúvida, uma cidade adorável, onde vale a pena viver."

Ser sexy não basta

Quase todos os pontos que Stefan Hauf menciona aparecem na última edição da Monocle. Além disso, os examinadores parecem ter ficado impressionados com fatores como a boa conexão internacional do aeroporto, a abundância de dias ensolarados no ano ou, um fato de que as ambulâncias já se põem em movimento um minuto e meio após o pedido de socorro.

Munique, quarto lugar no ano passado, deixou para trás Copenhague, Zurique, Tóquio e Helsinque. Berlim aparece como a segunda cidade alemã da lista, tendo conseguido apenas o décimo primeiro lugar. Visto que a questão primária do ranking é como uma cidade funciona sem problemas, a revista se mostrou relativamente pouco impressionada com a fama berlinense de ser "pobre porém sexy" e reclamou de falhas na rede de ciclovias da capital alemã.

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Berlim ficou apenas em 11º lugar na listaFoto: DW

Se ao menos o sol brilhasse

A socióloga Annette Spellerber, pesquisadora de qualidade de vida na Universidade Técnica de Kaiserslautern, não ficou surpresa com o resultado do ranking da revista Monocle – afinal, Munique é privilegiada por sua posição geográfica e situação econômica. Ela, entretanto, atribui pouca importância a tais listas. "Os rankings misturam muitos fatores dispersos, quantificam, hierarquizam, e não deixam claro quais os fatores que tiveram maior influência na classificação final. Esses índices mais acobertam do que revelam", acredita.

No caso da Monocle, também fica em aberto como os fatores individuais foram avaliados. Seriam as instituições de ensino mais importantes ou seriam os bares? No caso de Hamburgo, que está na penúltima colocação da lista, a revista lamenta: "Se pelo menos o sol brilhasse tanto como em Munique."

Estudos similares chegam a resultados bastante diferentes. Um estudo anual sobre qualidade de vida da empresa de consultoria Mercer considera Viena, Zurique e Genebra como as três primeiras colocadas. Munique divide com Frankfurt, atrás de Dusseldorf, o sétimo lugar. A revista britânica The Economist considera Vancouver, Viena e Melbourne à frente. Cidades alemãs não aparecem sequer entre as dez primeiras.

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O Palácio Nymphenburg, antiga residência de verão dos governantes da Baviera, é uma das atrações de MuniqueFoto: picture alliance/dpa

O ranking completo da revista Monocle (com posição do ano passado):

1. Munique (4)

2. Copenhague (2)

3. Zurique (1)

4. Tóquio (3)

5. Helsinki (5)

6. Estocolmo (6)

7. Paris (8)

8. Viena (7)

9. Melbourne (9)

10. Madri (12)

11. Berlim (10)

12. Sydney

13. Honolulu (11)

14. Fukuoka, Japão (16)

15. Genebra (24)

16. Vancouver (14)

17. Barcelona (15)

18, Oslo (17)

19. Montreal (19)

20. Auckland, Nova Zelândia (20)

21. Cingapura (18)

22. Portland, Estados Unidos (primeira vez na lista)

23. Kyoto (22)

24. Hamburgo (23)

25. Lisboa (25)

Autor: Dennis Stute (np)

Revisão: Marcio Damasceno