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Museu do Chocolate

Cris Vieira e Luiz Fernando de Oliveira30 de dezembro de 2006

Um desafio para o turista que vem à Alemanha é saber escolher entre tantos museus. Em Colônia, o Museu do Chocolate está entre os mais visitados, especialmente em épocas como o Natal, a Páscoa e o Dia dos Namorados.

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Fonte de chocolate é um dos principais atrativosFoto: LF Oliveira

Para uns, um momento de degustação sem igual, para outros, o elixir da alegria e do bom humor. Sinônimo de carinho e bem querer em muitas culturas, o chocolate pode ser um presente ideal em datas como a Páscoa, o Dia dos Namorados e o Natal.

Para celebrar sua importância na sociedade, um museu em Colônia se dedica a contar a história do produto. Bem localizado às margens do rio Reno, próximo à estação ferroviária central, o Schokoladenmuseum (Museu do Chocolate) atrai gulosos da Alemanha e do mundo todo.

Schokoladenmuseum Köln von außen
Museu é um dos mais visitados de ColôniaFoto: LF Oliveira

A DW-WORLD participou de uma visita guiada para conhecer os segredos do museu que, por mais que não esteja entre os maiores e mais importantes do mundo, é certamente o mais gostoso.

Dos astecas para o mundo

No museu, o visitante pode experimentar chocolate ao leite de primeira qualidade, que jorra incansavelmente de uma bela fonte, enquanto recebe informações essenciais sobre suas etapas de produção.

Tudo começou há cerca de três mil anos, época em que os historiadores acreditam ter iniciado o cultivo do cacau na América Latina. Quando Cristóvão Colombo chegou à América, em 12 de outubro de 1492, astecas e maias já consumiam um tipo amargo de chocolate, obtido a partir de um dos principais frutos da região: o cacau.

Levado à Europa no início do século 16 pelo desbravador Raul Cortez, o chocolate era inicialmente uma iguaria cara, trancada a sete chaves e restrito à nobreza. Na época, era consumido em utensílios de prata e porcelana, exemplos dos quais estão expostos no museu.

Saal im Schokoladenmuseum Köln
Acervo sobre Maias e Astecas, a quem se atribui a invenção do chocolateFoto: LF Oliveira

O chocolate começou a se tornar popular a partir de 1660, com o surgimento dos primeiros bares criados especialmente para sua apreciação nas cidades de Londres e Amsterdã. Uma das principais formas de consumo era o chocolate quente, muitas vezes combinado com bebidas alcoólicas. Em 1888, as primeiras máquinas para vender chocolate davam a entender que o produto já tinha caído no gosto do povo.

Doce visita, amarga realidade

Durante a visita, os visitantes são confrontados com uma triste realidade: o cultivo do cacau no Terceiro Mundo. Vários países africanos, favorecidos pelo clima, estão entre os maiores produtores – só a Costa do Marfim produz 1,05 milhão de toneladas de cacau por ano. Em todos eles, assim como no Brasil, há registros de condições desumanas de trabalho.

Grandes painéis informativos, com imagens e textos em alemão e inglês, explicam os processos manuais de colheita, secagem e fermentação dos grãos de cacau, alertando para o emprego de mão-de-obra infantil e a pobreza em que vivem os agricultores, que ganham, em média, um dólar por dia de trabalho.

Em seguida, os visitantes são conduzidos a uma grande estufa, que simula o clima de uma floresta tropical, ideal para o crescimento dos cacaueiros.

Do cultivo à industrialização

Schokoladenmuseum Köln - Zutaten für Rezept
Estandes apresentam a exata quantidade de cada ingrediente utilizado para a fabricação de uma barra de chocolateFoto: LF Oliveira

O próximo passo é conhecer o processo de industrialização do chocolate, começando com os ingredientes utilizados na fabricação dos diferentes tipos. O meio-amargo, considerado mais saudável, contém um alto percentual de cacau, que pode passar de 80%, enquanto o branco – menos saudável por conter mais gordura animal – tem como principal ingrediente a manteiga de cacau.

Para ajudar a entender o processo de industrialização do chocolate sem ter que visitar uma fábrica, a empresa suíça Lindt produz uma pequena quantidade no interior do museu. Além disso, há um acervo de maquinários antigos, que mostram como a fabricação industrial de chocolate se desenvolveu no último século.

Publicidade é o segredo

Schokoladenmuseum Köln - Schokoladeautomat
Máquina de vender chocolate de 1910. Primeiro exemplar é de 1888Foto: LF Oliveira

A história conta que o crescimento do consumo de chocolate se deve, em parte, a um forte apelo publicitário. Por isso, o museu apresenta no Schokoladenkino (Cinema do Chocolate) algumas das campanhas que marcaram época na Alemanha e no mundo.

O pequeno cinema apresenta comerciais de várias épocas e em diversas línguas, em muitos casos associando o chocolate à sensualidade. "É interessante ver como a forma de vender o chocolate mudou ao longo dos tempos. As propagandas antigas eram bem mais formais que as atuais", comenta a administradora de empresas Linda Bosse.

Num pequeno televisor instalado dentro de um caixote fechado, o visitante pode assistir através de pequenos furos a um comercial erótico que há algumas décadas causou polêmica. Nele, um rapaz com pinta de galã se aproxima de um belo par de pernas e, após leves carícias e beijos nos pés da amada, literalmente come o sapato da moça, que se revela ser de feito chocolate.