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Museu documenta a literatura moderna alemã

Silke Arning (as)1 de janeiro de 1970

Prédio inaugurado em Marbach, cidade natal de Schiller, reúne livros e objetos relacionados a escritores como Theodor Fontane, Arthur Schnitzler e Thomas Mann.

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Andar subterrâneo reúne obras mais sensíveis à luminosidadeFoto: picture-alliance/dpa

Muito para ver, pouco para ler: esse é o museu ideal para muitos visitantes. Se o acervo for de pintura, tudo bem. Mas como um museu dedicado à literatura pode corresponder a essa expectativa? O Museu da Literatura Moderna, em Marbach – cidade natal de Friedrich Schiller –, mostra que isso é possível.

Trinta e oito colunas de vidro formam quatro grandes fileiras no principal espaço do novo museu. Aqui, no andar subterrâneo do novo prédio, estão as obras mais sensíveis à luminosidade: 1300 objetos que deixam antever a infinidade e a amplitude do arquivo de Marbach. Um tesouro, que, de outra maneira, estaria enterrado em algum porão.

Apenas livros

Os livros são apresentados ao público como eles são, explica a diretora do Museu da Literatura Moderna, Heike Gfrereis. Isso significa que eles não estão acompanhados de explicações, como "este aqui está relacionado com a juventude em Viena, este outro com as grandes cidades ou o próximo com os movimentos estudantis de 1968". Essa seria a praxe na maioria das exposições.

Literaturmuseum der Moderne in Marbach offiziell eröffnet
Prédio do novo museuFoto: dpa - Bildfunk

O museu inaugurado nesta terça-feira (06/06) renuncia conscientemente a essa prática. Nem poderia ser de outra maneira, diz a diretora, afinal, os escritos à mão ali exibidos são muito valiosos. "O que está aqui é apresentado de forma muito pura. Não há nenhum recurso que desvie a atenção porque sabemos, por experiência, que sempre se olha para o que é grande, colorido ou se move", explica Gfrereis.

Roupa de batismo de Mann

A exposição abrange desde as últimas décadas do século 19 até a época atual. No museu, objetos que remetem a alguns de seus maiores nomes podem ser vistos de forma crua e desprotegida: uma carta de Theodor Fontane, um poema de Arthur Schnitzler, o diploma do Prêmio Nobel concedido a Hermann Hesse. Tudo em ordem rigorosamente cronológica.

Uma segunda fileira de vitrines documenta a evolução do livro. Além disso, há ainda os inúmeros testemunhos da vida dos autores, como a roupa de batismo de Thomas Mann, um raio-x do crânio de Erich Kästner ou o jogo de xadrez de Hans-Georg Gadamer.

"Mostrar" é o lema do novo museu de literatura, e assim a descrição do que está exposto se resume ao nome do autor e ao ano de publicação da obra. "Nossa intenção é que as pessoas olhem para o que está exposto e não verifiquem primeiro o nome da obra, o autor, se ela é importante, se é mesmo necessário observá-la", diz Gfrereis. Quem quiser saber mais, pode utilizar um aparelho que serve como um guia multimídia e que é disponibilizado pelo museu.