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Do fliperama ao celular

22 de janeiro de 2011

É difícil imaginar um mundo sem jogos eletrônicos. Eles estão por toda parte, do PC ao celular. O Museu dos Jogos de Computador em Berlim faz uma viagem pelos 50 anos de história dos jogos eletrônicos.

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Jogos de computador foram criados há meio séculoFoto: Crytek

Com a variedade de jogos que temos hoje em qualquer celular, fica difícil imaginar que, não muito tempo atrás, era preciso sair de casa para jogar fliperama. Mas a primeira máquina de jogos eletrônicos "Computer Space" era do tamanho de uma pessoa e ocupava bastante espaço.

Hoje em dia, o monstrengo eletrônico construído em 1971 se encontra no Museu dos Jogos de Computador em Berlim. O museu foi inaugurado nesta sexta-feira (21) com um dos maiores acervos do mundo de 50 anos de história dos jogos de computador, segundo relata o diretor do museu, Andreas Lange. E é certamente o único do gênero na Alemanha.

Através do acervo, os visitantes adultos podem relembrar cenas de sua infância, ao se depararem com um Commodore 64 (C64), um Gameboy, um Mega Drive Sega com console de 16 bits ou um Super Nintendo. Além disso, todos os softwares esquecidos vêm à tona, como o primeiro jogo a ser banido da Alemanha em 1984 por incitar violência: River Raid para o console Atari 2600.

Já nos anos 1980 os jogos eletrônicos começaram a fazer parte do nosso dia-a-dia. Hoje, milhões jogam para passar o tempo, seja no metrô, na sala de espera do dentista ou no intervalo do almoço.

Computerspielemuseum Berlin
Museu de Jogos de Computador oferece mostras interativasFoto: Computerspielemuseum

Milhares de jogos e centenas de consoles

O Museu dos Jogos de Computador já havia sido fundado uma vez em Berlim no final dos anos 1990, com exposição permanente de 1997 a 2000. "Depois o museu foi fechado porque o espaço era simplesmente pequeno demais", explica Lange. No entanto, a coleção avançou nos anos posteriores e as peças continuaram sendo expostas na periferia de Berlim, até que se encontrou um lugar apropriado para a reabertura do museu, na avenida Karl-Marx-Allee 93, em Berlim.

No prédio onde se localizava o Café Warschau, o museu ocupa hoje um espaço de 520 metros quadrados, e em meio a centenas de objetos muitas vezes interativos, percorre-se uma linha do tempo através da história dos consoles e jogos eletrônicos. Ao todo, o acervo abrange cerca de 22 mil jogos e mais de 300 consoles, além de 10 mil revistas e publicações especializadas.

Para o diretor do museu, a invenção dos jogos de computador foi tão inovadora quanto a do livro impresso ou do telefone. "Sempre tivemos revoluções culturais que definem as nossas vidas até hoje. E os jogos de computador são uma delas", diz Lange, que também é curador da exposição.

"Pai" dos consoles

Flash-Galerie Geschichte von Computerspielen
Computer Space (d), construída em 1971, é a mais antiga máquina de fliperamaFoto: Computerspielemuseum

Como patrono do museu, foi escolhido Ralph H. Baer, que no final dos anos 1960 desenvolveu o primeiro console para jogos do mundo, o Magnavox Odyssey. No Museu dos Jogos de Computador é possível admirar essa verdadeira odisseia.

Baer nasceu em 1922 na cidade alemã de Pirmasens, e devido à sua origem judaica, mudou-se com a família para os EUA em 1938. O console desenvolvido mais tarde por ele, Odyssey, tornou-se uma febre e vendeu milhares de unidades – mesmo com jogos que, para os padrões de hoje, parecem bastante primitivos.

A velocidade com que os jogos de computador se desenvolveram tecnologicamente nos anos seguintes impressionou o "pai" dos consoles. Ninguém poderia imaginar esse "desenvolvimento extremamente rápido", principalmente em relação aos efeitos gráficos, diz Baer. "Somente quando os meus netos vêm me visitar e trazem seu Wii ou Xbox, os jogos modernos entram na minha casa."

O fato de muitas crianças hoje não fazerem nada em seu tempo livre além de jogarem no computador também é discutido no museu em Berlim. "Dependência, incitação à violência, nós também discutimos o lado negro", diz o diretor Andreas Lange.

Autora: Francis França
Revisão: Carlos Albuquerque

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