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História em Nurembergue

3 de abril de 2010

A reforma do Museu Nacional Germânico de Nurembergue durou seis anos e custou 5,5 milhões de euros. Acervo inclui 1,3 milhão de peças, da pré-história até hoje.

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Museu Nacional Germânico de NurembergueFoto: GNM

Para os alemães contemporâneos, o termo "germânico", associado ao Museu Nacional de Nurembergue, soa bastante suspeito. Porém há 150 anos ele tinha conotações bem diferentes.

O Museu Nacional Germânico (Germanische Nationalmuseum – GNM) foi fundado em 1852 pelo barão Hans von Aufsess, explica Andrea Langer, diretora do departamento de gestão científica e marketing. "Naquela época, seu objetivo era documentar o espaço germanófono do ponto de vista da história da cultura e da arte: por isso, 'Museu Germânico'." Naturalmente, durante muito tempo o conceito não esteve livre de conotações políticas.

Tesouros escondidos

Germanisches Nationalmuseum
Objeto da mostra: antigo globo terrestre de 1492-94Foto: GNM

Atualmente tais segundas intenções se dissiparam; porém, a ideia de uma cultura do mundo germanófono se manteve, e o Museu Nacional de Nurembergue ostenta um acervo de 1,3 milhão de objetos, datados desde a pré-história até os dias de hoje.

Por motivos de espaço, apenas uma parte do acervo pode ser exibida, lamenta Langer. Cerca de 25 mil objetos estão expostos, enquanto o resto fica armazenado em um depósito. Evidentemente as obras mais ilustres possuem os seus lugares especiais garantidos na mostra permanente. Mas a ação do tempo é um problema, e numerosas peças e dependências precisavam ser urgentemente restauradas.

Cores difíceis de escolher

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Vista de uma sala com obras de Albrecht DürerFoto: GNM

Se a escolha das cores adequadas para a parede do próprio apartamento já pode ser uma tarefa espinhosa, quando se trata de 33 novas salas de um museu o problema se torna consideravelmente mais complexo.

A concepção dos arquitetos foi reduzir ao máximo as cores dos ambientes, informou Dagmar Hirschfelder, responsável pela coordenação do projeto. Foram feitas muitas experimentações até se chegar ao atual azul em tonalidade pouco saturada.

O verde, por exemplo, teria se chocado com as cores de muitos quadros, além de não dar o devido realce às esculturas de madeira. "É um meio termo, na verdade. Esse azul é um tom que se harmoniza com muitos objetos", explicou.

Pesquisa de ponta por trás dos bastidores

O GNM é financiado sobretudo por recursos federais e estaduais da Alemanha. Enquanto a porcentagem que cabe ao estado da Baviera é destinada a manter o museu atraente para os visitantes, 65% do orçamento provindos dos cofres federais são encaminhados a projetos científicos.

Segundo Andrea Langer, trata-se, em primeira linha, de um lugar de pesquisa. Além dos 40 cientistas contratados, há um bom número de colaboradores autônomos. "Isso abrange todas as disciplinas. Temos etnólogos, especialistas em armas ou têxteis, historiadores e historiadores da arte", informa.

Retorno às origens

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'Satirikus', de Franz Xaver Messerschmidt (1736-1783)Foto: GNM

Dentre outras tarefas, os especialistas trabalham com os objetos do acervo. Para a reinauguração do edifício reformado, mil obras foram cientificamente estudadas e restauradas com minúcia. Em cooperação internacional com as universidades de Harvard e Yale, está sendo preparada para 2012 a exposição Der frühe Dürer (O jovem Dürer).

Um projeto de pesquisa de proveniência investiga a delicada questão sobre a origem de obras adquiridas pelo museu na época do nacional-socialismo. Andrea Langer considera o projeto absolutamente necessário, mesmo que a consequência de uma "pesquisa bem sucedida" possa ser a devolução de um objeto a seus proprietários de direito, ou a seus herdeiros.

Em um ponto o Museu Nacional Germânico de Nurembergue é igual a qualquer outro órgão público: não há como pensar em grandes avanços em épocas de vacas magras. "O que se oferece no mercado de arte é geralmente muito caro. Então o negócio é achamos um patrocinador que apoie a aquisição."

Autor: Michael Gessat (dd)
Revisão: Augusto Valente