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"Não poderia imaginar", diz namorada de atirador

5 de outubro de 2017

De volta aos EUA, companheira descreve Stephen Paddock como "bondoso, carinhoso e tranquilo" e garante que desconhecia planos para um massacre. Suspeita é de que ela foi enviada às Filipinas para que não interferisse.

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Área no entorno do hotel Mandalay Bay continua isolada pela polícia
Área no entorno do hotel Mandalay Bay continua isolada pela políciaFoto: Reuters/C. Wattie

A namorada do atirador de Las Vegas, Marilou Danley, afirmou que não fazia ideia de que ele estava planejando o ataque e que nunca imaginou que ele poderia ser capaz de cometer um massacre. No domingo, Stephen Paddock descarregou diversas armas contra uma multidão que acompanhava um festival de música country, deixando 58 mortos e 500 feridos. A motivação permanece uma incógnita.

"Conheci Stephen Paddock como um homem bondoso, carinhoso e tranquilo", disse Danley em um comunicado lido por seu advogado, na quarta-feira (04/10). "Eu o amei e esperava por um futuro tranquilo junto dele. Ele nunca me disse nada nem tomou nenhuma ação que eu entendesse como uma advertência de que algo horrível como isso pudesse ocorrer."

De origem filipina, Danley se comprometeu a colaborar com as investigações das autoridades americanas. Ela disse que, há duas semanas, Paddock lhe contou que encontrou uma passagem aérea barata para ela visitar a família nas Filipinas e enviou dinheiro para que ela pudesse comprar uma casa enquanto estava por lá.

Marilou Danley. Freundin des Las Vegas-Todesschützen
Marilou Danley, mulher do atiradorFoto: picture-alliance/AP Photo/Las Vegas Metropolitan Police Department

Danley disse que chegou a se preocupar que Paddock estaria pensando em terminar o relacionamento. "Mas nunca me ocorreu de qualquer forma que ele estaria planejando algo violento", disse. "Estou arrasada pelas mortes e pelos feridos. Minhas orações são para as vítimas e suas famílias e todos aqueles que foram afetados por esse terrível evento", concluiu a namorada do atirador. Paddock e Danley se conheceram num cassino em Reno, no estado de Nevada, há muitos anos, onde ela trabalhava como anfitriã.

As declarações de Danley, de 62 anos, ocorreram depois de ela ser considerada uma "pessoa de interesse" na investigação para esclarecer por que Paddock, de 64 anos, abriu fogo contra o festival de música. Quando o ataque ocorreu, Danley estava nas Filipinas. Ela voltou a Los Angeles na terça-feira, antes de ser ouvida por agentes do FBI na quarta-feira.

Nascida nas Filipinas, Danley possui a cidadania australiana e tem parentes vivendo na Austrália. Em entrevista à emissora australiana 7 News, uma irmã de Danley afirmou acreditar que Paddock enviou sua namorada propositalmente para as Filipinas.

"Eu sei que ela não sabe de nada além do que nós sabemos. Ela foi mandada embora. Ela estava ausente para que ela não estivesse lá para interferir no que ele estava planejando", disse a irmã. 

Paddock deu entrada no hotel Mandalay Bay em 28 de setembro. Segundo investigadores, o ataque foi extensamente planejado. O atirador instalou câmeras no quarto e no corredor, e policiais apreenderam 47 armas em três localidades distintas. Paddock se matou antes que a polícia invadisse seu quarto.

Os investigadores ainda não conseguiram identificar a motivação de Paddock. A declaração de Danley, publicada depois da conversa com o FBI, indica que ela também está consternada com o que ocorreu, assim como familiares do atirador. Danley não está presa e tampouco enfrenta acusações.

PV/lusa/efe/afp