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Na última hora, cidade do leste alemão rejeita populistas

17 de junho de 2019

Expectativa era de que Görlitz pudesse eleger o primeiro prefeito da Alemanha do partido antimigração AfD. No final, os eleitores optaram por um político de origem romena, que teve apoio de todas as outras legendas.

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Acompanhado de sua esposa, o democrata-cristão Octavian Ursu entrega seu voto na eleição municipal de Görlitz
Acompanhado de sua esposa, o democrata-cristão Octavian Ursu entrega seu voto na eleição municipal de Görlitz Foto: picture-alliance/dpa/S. Kahnert

A legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) fracassou na tentativa de eleger seu primeiro prefeito na Alemanha, após perder no domingo (16/06) o segundo turno da eleição municipal de Görlitz, localizada no leste do país.

Octavian Ursu, da União Democrata Cristã (CDU) e nascido na Romênia, contou com o apoio de todos os principais partidos alemães na reta final e obteve a vitória com 56% dos votos. Ele superou o adversário da AfD, o ex-comissário da polícia Sebastian Wippel, em mais de dez pontos percentuais.

A vitória do democrata-cristão oferece uma trégua à chanceler federal alemã, Angela Merkel, cuja coalizão nacional com o Partido Social-Democrata (SPD) foi abalada por perdas significativas nas eleições para o Parlamento Europeu em maio.

Wippel havia vencido o primeiro turno no mês passado com 36% dos votos, o que elevou a expectativa de que o partido populista de direita pudesse conquistar seu primeiro cargo de prefeito na Alemanha. 

Depois que os resultados preliminares foram divulgados, Ursu afirmou que sua vitória mostrou que a maioria dos moradores de Görlitz era a favor de manter a cidade aberta para estrangeiros. O democrata-cristão recebeu 14.043 votos, contra 11.390 do candidato populista de direita.

"Estou feliz que a maioria tenha decidido votar em mim. Mas no final das contas, não se tratava de dois candidatos, mas da orientação desta cidade para o mundo exterior e que continuamos a ser uma sociedade aberta e não nos isolamos", disse o músico clássico de 51 anos. "Agora temos que ver como nos aproximamos daqueles que não votaram em mim."

Apesar da derrota, Wippel se mostrou satisfeito e classificou como "ótimo" o resultado de quase 45% dos votos. "Não foi um voto para Ursu, mas mais um voto contra o candidato da AfD, contra mim", disse Wippel. "A CDU teve que contar com o apoio de muitos grupos, inclusive da extrema esquerda, sem os quais não teriam conseguido. Olhando para a eleição estadual da Saxônia, estamos numa boa posição."

A eleição em Görlitz – uma cidade pitoresca com 56 mil habitantes perto da fronteira com a Polônia e requisitada por cineastas – era vista como um teste-chave para a AfD e como um indicador para as eleições estaduais da Saxônia e de Brandemburgo, agendadas para 1º de setembro.

Pesquisas apontam que a AfD está numa corrida eleitoral cabeça a cabeça com a CDU na Saxônia, enquanto lidera em Brandemburgo – estado vizinho no qual o SPD venceu todas as seis eleições desde a reunificação alemã em 1990.

Segundo as pesquisas, o SPD tem visto seu apoio cair em mais de um terço em Brandemburgo, estado em que governa em coalizão com A Esquerda. Em caso de derrotas do SPD em Brandemburgo e da CDU na Saxônia, os parceiros da coalizão federal devem sofrer uma pressão ainda maior para repensarem sua aliança formada após a eleição legislativa de 2017, pleito que colocou a AfD no Parlamento da Alemanha pela primeira vez.

As eleições em Brandemburgo e Saxônia ocorrem algumas semanas antes de social-democratas e democratas-cristãos realizarem a prevista revisão de meio de mandato de sua parceria.

A AfD alcançou ganhos significativos na região nas eleições para o Parlamento Europeu no mês passado. A legenda anti-imigração encerrou o pleito como o partido mais forte do antigo leste comunista da Alemanha. Além de estar presente no Bundestag, a AfD está representada em todas as legislaturas estaduais.

PV/dpa/afp/rtr/ap

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