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Nacionalistas avançam em eleição na Irlanda do Norte

4 de março de 2017

Resultado acirrado ameaça equilíbrio de poder entre nacionalistas, principal voz dos católicos, e unionistas, tradicionalmente apoiados por protestantes. Partidos têm três semanas para formar governo.

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Prédio do Parlamento da Irlanda do Norte, em Belfast
Unionistas, pró-Reino Unido, detêm a maioria parlamentar desde 1921Foto: picture-alliance/empics/L. McBurney

Na eleição parlamentar mais acirrada da Irlanda do Norte, o partido nacionalista Sinn Féin ficou a apenas um assento de conseguir a maioria na Assembleia do país (Parlamento), segundo resultados divulgados na madrugada deste sábado (04/03). 

A legenda, a principal voz dos católicos, ficou com 27 dos 90 assentos, e o Partido Democrático Unionista (DUP), tradicionalmente apoiado por protestantes, com 28.

O DUP obteve 28,1% dos votos, um ponto percentual a menos que no ano passado, e o Sinn Féin, com 27,9%, quatro pontos a mais que no pleito anterior. Trata-se da menor diferença entre os dois partidos na história eleitoral do país. Os unionistas, pró-Reino Unido, detêm a maioria parlamentar desde que a Irlanda foi declarada uma entidade política autônoma, em 1921.

"Hoje é um grande dia para a igualdade, para a democracia", declarou Michelle O'Neill, líder do Sinn Féin, antigo braço político do hoje inativo Exército Republicano Irlandês (IRA). O grupo paramilitar católico defendia a separação da Irlanda do Norte do Reino Unido.

A eleição antecipada foi a segunda em apenas 11 meses. A participação da população nas urnas aumentou 10% em relação a 2016, para 64,8% – o índice mais alto desde o Acordo de Belfast, também conhecido como Acordo da Sexta-feira Santa, que deu fim a quatro décadas de conflito ao sangrento conflito entre nacionalistas e unionistas, em 1998.

Diferenças políticas

Grandes diferenças políticas entre o Sinn Féin e o DUP ameaçam agora paralisar o governo e dividir o país, num momento em que o Reino Unido se prepara para o Brexit – a saída da União Europeia (UE). A Irlanda do Norte, a região mais pobre do Reino Unido, é apontada como a mais vulnerável economicamente às consequências do Brexit.

Assim como a Escócia, a Irlanda do Norte votou a favor da permanência na UE, enquanto os dois outros países do Reino Unido, Inglaterra e País de Gales, decidiram a vitória do Brexit. O então majoritário DUP apoiou a saída do bloco europeu, e o Sinn Féin se opôs.

O DUP teme agora que, com seu avanço no Parlamento, o Sinn Féin redobre seus esforços para convocar um referendo sobre a reunificação da Irlanda do Norte com a Irlanda, seu objetivo histórico.

Os dois maiores partidos do país têm agora três semanas para formar um governo, mas analistas preveem duras negociações, e poucos acreditam que isso será possível dentro do prazo. Se um acordo não for alcançado, o Executivo britânico poderia convocar novas eleições ou até suspender a autonomia e administrar a região diretamente de Londres.

LPF/efe/rtr/ap