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Nobel da Paz birmanesa viaja à Europa com atraso de 21 anos

13 de junho de 2012

Aung San Suu Kyi inicia viagem ao continente europeu após 24 anos sem sair de Mianmar. Em Oslo, a ativista fará seu esperado discurso de agradecimento pelo prêmio Nobel da Paz, concedido a ela em 1991.

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Foto: Reuters

Mais de 20 anos após ter sido laureada com o prêmio Nobel da Paz, a líder da oposição em Mianmar, Aung San Suu Kyi, vai poder enfim receber oficialmente a distinção.

Nesta quarta-feira (13/06), Suu Kyi iniciou uma viagem histórica à Europa, continente no qual não pisava desde 1988, quando foi da Inglaterra para Mianmar, e acabou detida em prisão domiciliar durante 15 anos, após envolver-se com os movimentos democráticos do país.

Discurso esperado

Durante a viagem, a ativista passará pela Suíça, Noruega, Reino Unido, França e Irlanda. "Saberei quão atrasada Mianmar é, quando chegar a outros países", disse a filha do herói da independência da Birmânia (antigo nome de Mianmar), general Aung San, antes de embarcar em Yangon, a cidade mais importante do país.

A primeira parada de Suu Kyi no continente europeu será em Genebra, e discorrerá sobre trabalho forçado na Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em Oslo, ela irá proferir seu esperado discurso de agradecimento pelo prêmio Nobel da Paz, que lhe foi concedido em 1991 em reconhecimento a sua "luta não violenta pela democracia e os direitos humanos".

Outras paradas de Suu Kyi serão Dublin, capital da Irlanda, onde receberá das mãos do cantor Bono uma distinção da Anistia Internacional; e a Inglaterra, país em que estudou e formou família. Lá ela passará seu 67º aniversário, em 19 de junho.

Filhos de Suu Kyi recebem Nobel da Paz em seu nome, em 1991
Filhos de Suu Kyi recebem Nobel da Paz em seu nome, em 1991Foto: picture-alliance / Scanpix Knut Falch

Choques étnicos em Mianmar

A viagem da ativista à Europa ocorre num momento em que o presidente de Mianmar, Thein Sein, tenta conter uma onda de violência sectária no oeste do país, que opõe budistas a muçulmanos e deixou dezenas de mortos. Nesta quarta-feira, o comissário da ONU para Mianmar, Vijay Nambiar, chegou ao estado de Rakhine para avaliar a situação.

O estopim dos choques foi o linchamento por uma multidão budista de dez muçulmanos suspeitos de violentar uma mulher budista. Durante a viagem à Europa, a Nobel da Paz provavelmente será instada a tratar dos conflitos étnico-religiosos em seu país, mas analistas estimam que ela vá se concentrar na questão mais ampla dos direitos humanos.

Em novembro de 2010, a ativista foi posta em liberdade, e, em abril deste ano, conquistou um assento no Parlamento do país ao lado de 42 membros de seu partido, a Liga Nacional Democrática, abrindo caminho para que as nações ocidentais comecem a aliviar as sanções econômicas contra o país. No início deste mês, Aung San Suu Kyi visitou a Tailândia, em sua primeira viagem ao exterior em 24 anos.

JV/afp,dapd
Revisão: Augusto Valente