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Nova Zelândia anuncia criação de enorme santuário marinho

29 de setembro de 2015

Pesca e mineração serão proibidas numa área de 620 mil quilômetros quadrados de oceano, ou quase o tamanho da França. Decisão desagrada indústria pesqueira e é saudada por ambientalistas.

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Foto: imago/blickwinkel

A Nova Zelândia vai transformar o mar ao norte do país no maior santuário marinho do mundo, anunciou nesta segunda-feira (29/09) o governo do primeiro-ministro John Key. Para isso, a pesca e a mineração serão proibidas no local a ser preservado, cuja área é quase do tamanho da França.

O chamado Santuário Marinho Kermadec, localizado em torno das Ilhas Kermadec, no Oceano Pacífico, a cerca de mil quilômetros da costa nordeste neo-zelandesa, vai se estender por 620 mil quilômetros quadrados de oceano, abrangendo uma cadeia de vulcões submarinos e abrigando várias espécies em extinção, como baleias, golfinhos e tartarugas.

"É uma das áreas de maior diversidade geográfica e geológica do mundo", afirmou Key, em comunicado. "O local contém o maior arco vulcânico submarino do mundo e a segunda fossa mais profunda, com 10 quilômetros de profundidade", acrescentou.

O anúncio surpreendeu a indústria nacional de pesca para a exportação, que gera 882 milhões de dólares por ano. "Sem aviso prévio do governo, a indústria precisa de tempo para considerar todas as implicações", afirmou George Clement, diretor do órgão empresarial Seafood New Zealand, acrescentando que a proibição também afetará a pesca de atum, quarto produto pesqueiro mais exportado pelo país, de acordo com dados de 2013.

A legislação do santuário, prevista para entrar em vigor em outubro de 2016, também impedirá as empresas de mineração de explorar e fazer prospecções na área.

A decisão agradou grupos ambientalistas, que dizem que o santuário aumentará a rede de áreas protegidas no Oceano Pacífico, que passará a contar com 3,5 milhões de quilômetros quadrados. "Parabenizamos o governo por essa ação decisiva para proteger da mineração e da pesca essa área incrivelmente especial", afirmou Chris Howe, diretor-executivo do WWF na Nova Zelândia.

Localizada em águas tropicais e subtropicais, a região do novo santuário serve de habitat para uma enorme variedade de seres vivos. Alguns são endêmicos, ou seja, existem apenas naquela região. "Estamos apenas começando a entender a abundância de vida daquele lugar", disse Bronwen Golder, da organização ambiental Pew. "Mas sabemos que a criação desse santuário marinho protegerá habitats e espécies raras e essenciais para que haja ecossistemas saudáveis em todo o Pacífico Sul."

FCA/afp/rtr/dpa