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Rumo à União Europeia

26 de abril de 2009

Primeira-ministra Johanna Sigurdardottir quer dar início a um processo rápido de adesão à União Europeia e espera substituir a desvalorizada coroa islandesa pelo euro em, no máximo, quatro anos.

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Primeira-ministra da Islândia, Johanna SigurdardottirFoto: AP

Combater os efeitos da crise financeira no país e ingressar o mais rápido possível na União Europeia (UE): esses são os dois objetivos centrais do governo da primeira-ministra da Islândia, Johanna Sigurdardottir, de 66 anos, confirmada no cargo nas eleições realizadas neste sábado (25/04).

Sigurdardottir avaliou que o resultado das urnas é uma confirmação à linha de aproximação com a UE defendida por ela, que governa o país interinamente desde fevereiro, após a renúncia do então primeiro-ministro Geir Haarde, do partido conservador. Sigurdardottir fez uma campanha claramente pró-UE.

O resultado das eleições, afirmou a primeira-ministra, foi um acerto de contas dos islandeses com o neoliberalismo. O partido conservador caiu de 36,6% para 23,7% dos votos, enquanto os social-democratas subiram três pontos percentuais para 29,8%, e os verdes passaram de 7,4% para 21,7%.

Plebiscito decidirá ingresso

Além do ingresso na UE, Sigurdardottir defende também a adoção do euro, em substituição à desvalorizada coroa islandesa, no prazo máximo de quatro anos. Ela disse ser urgente a apresentação do pedido de adesão para que, em 12 ou no máximo 18 meses, um plebiscito possa decidir sobre o ingresso do país na União Europeia.

A Islândia já integra o Espaço Econômico Europeu e, com isso, o mercado interno da União Europeia. Portanto, boa parte da legislação do país já está de acordo com as normas do bloco. Em janeiro passado, o comissário europeu de Ampliação, Olli Rehn, afirmou que a Islândia poderia ingressar na UE ao mesmo tempo que a Croácia caso apresentasse logo sua proposta de adesão.

Pescadores são empecilho

A crise econômica mundial, que assolou a Islândia de forma especialmente dura, trouxe mudanças inimagináveis para a ilha ao norte da Europa.

Pela primeira vez desde a independência da Islândia da Dinamarca em 1944, a esquerda possui a maioria absoluta no Parlamento do país insular. Até o final de semana passado, era claro que os conservadores eram a força dominante em Reykjavik.

Da mesma forma, era claro que os islandeses jamais concordariam que Bruxelas tomasse decisões sobre os cardumes de peixes da ilha e, assim sendo, jamais integrariam a União Europeia. Os pescadores islandeses temem a concorrência dos navios pesqueiros de outros países da UE e são apoiados pelos verdes.

Fazer com que seus aliados verdes – céticos ao ingresso na UE – revejam sua posição é a primeira tarefa de Sigurdardottir. Mas mesmo que estes não mudem de opinião, os social-democratas podem levar adiante a adesão à União Europeia com o apoio de dois outros partidos também pró-europeus.

Fato é que, com o sistema bancário em colapso e o desemprego batendo na casa dos 20%, a Islândia não tem no momento outra alternativa para salvar sua economia que não seja bater às portas da UE. Resta saber quais exigências Bruxelas fará ao combalido país.

AS/dpa/rtr/ap

Revisão: Rodrigo Abdelmalack