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Novo massacre na Síria eleva pressão por sanções e intervenção militar

13 de julho de 2012

França, EUA e Reino Unido dizem que Conselho de Segurança deve aprovar resolução com ameaça de sanções à Síria, mas Rússia segue contra. Annan se declara chocado e pede a governos que "exerçam sua influência".

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Foto: picture alliance/dpa

Os relatos de um novo massacre na Síria causaram revolta em países ocidentais nesta sexta-feira (13/07) e aumentaram os apelos por uma intervenção militar no país árabe.

O governo da França disse que o Conselho de Segurança da ONU deve assumir suas responsabilidades e aprovar uma resolução com ameaça de sanções depois do massacre no vilarejo de Treimsa, perto de Hama. Cerca de 220 pessoas morreram no local, segundo grupos de oposição, em novo ataque das tropas do presidente Bashar al-Assad.

A França está assumindo suas responsabilidades, declarou o porta-voz do Ministério francês do Exterior Bernard Valero, numa crítica indireta à Rússia e à China, países relutantes em apoiar uma resolução com sanções.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, qualificou os relatos de "pesadelo" e disse que eles ilustram de forma dramática a necessidade de se adotar medidas obrigatórias em relação à Síria.

Também o Reino Unido e a Alemanha reforçaram a necessidade de uma resolução do Conselho de Segurança sobre a Síria. Na avaliação do Ministério alemão do Exterior, o novo massacre eleva a pressão sobre a comunidade internacional. Mas as negociações no Conselho de Segurança seguem complicadas, disse um porta-voz.

Annan se diz chocado

O emissário especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, afirmou que está chocado e espantado com as notícias de "combates intensos" e inúmeras vítimas em Treimsa e repudiou "essas atrocidades".

"É desesperadamente urgente que essa violência e essas brutalidades cessem e é mais importante que nunca que os governos que têm influência a exerçam da forma mais efetiva para assegurar que a violência cesse imediatamente", disse Annan.

Num comunicado divulgado em Genebra, o emissário especial avaliou que se trata de uma violação do compromisso do governo sírio de cessar o emprego de armas pesadas em áreas civis e do plano de seis pontos elaborado por Annan.

O emissário deverá deslocar-se para Moscou na próxima segunda-feira para conversações com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, confirmaram um porta-voz de Annan e o Ministério russo do Exterior.

Queda de braço no Conselho de Segurança

O anúncio deste encontro ocorreu horas antes de os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU se reunirem em Nova York para elaborar um projeto de resolução sobre a Síria.

O braço de ferro opõe, no Conselho de Segurança da ONU, os países ocidentais que querem pressionar Damasco e a Rússia, que protege a aliada Síria em relação a um projeto de resolução.

A China, outra aliada da Síria, declarou nesta sexta-feira que iria estudar seriamente um novo esboço de resolução depois do novo massacre de civis.

Há duas propostas sendo avaliadas pelo Conselho de Segurança. A Rússia descarta sanções com base no Capítulo 7° da Carta das Nações Unidas e propõe ampliar a missão da ONU na Síria por mais 90 dias. O primeiro mandato de 90 dias da missão, que foi criada para monitorar o plano de paz de Annan, acaba em 20 de julho.

Já o Reino Unido, num esboço apoiado por Estados Unidos, França e Alemanha, propõe estender a missão por mais 45 dias e subordinar o plano de paz de Annan ao Capítulo 7°, que permite ao Conselho de Segurança autorizar medidas que vão das sanções diplomáticas e econômicas até a intervenção militar.

O projeto ocidental ameaça o governo sírio com sanções se ele não suspender o uso de armas pesadas e retirar suas tropas de cidades ocupadas no período de dez dias. A Rússia já disse várias vezes que é contra a adoção de sanções à Síria.

AS/afp/dpa/lusa/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque