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Nuzman e Cabral são denunciados por corrupção na Rio 2016

18 de outubro de 2017

Além do ex-presidente do COB e do ex-governador do Rio de Janeiro, denúncia do MPF envolve outras quatro pessoas, incluindo senegaleses do COI. Grupo é acusado de compra de votos para escolha do Rio como sede dos Jogos.

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Brasilien Carlos Arthur Nuzman in Rio de Janeiro
Preso no início de outubro, Carlos Nuzman renunciou à chefia do COB na semana passadaFoto: picture-alliance/abaca/F. Teixeira

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira (18/10) o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Carlos Arthur Nuzman e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, dentro das investigações sobre compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016.

Enquanto Cabral responderá pelo crime de corrupção passiva, Nuzman foi acusado, além do mesmo delito, de organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Na mesma ação, foram denunciados também o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, por corrupção ativa; Leonardo Gryner, considerado braço-direito de Nuzman no COB, por corrupção passiva e organização criminosa; e os senegaleses Papa Massata Diack e Lamine Diack, então membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), ambos por corrupção passiva.

Segundo o MPF do Rio de Janeiro, Cabral, Nuzman e Gryner solicitaram valores diretamente ao empresário Soares, com a promessa de um repasse de propina para a delegação senegalesa.

A denúncia afirma que a intenção do grupo era garantir votos para o Rio de Janeiro na eleição, em 2009, que escolheu a sede da Olimpíada do ano passado. Segundo o MPF, isso configura corrupção passiva.

O valor da propina, de acordo com as investigações, foi debitado de uma dívida de Soares com o ex-governador. O empresário obteve mais de 3 bilhões de reais em contratos com o estado do Rio.

Foram identificados depósitos que somam 2 milhões de dólares feitos por empresas de Soares a companhias de Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, que foi presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) de 1999 a 2015.

A denúncia iguala Nuzman e Gryner a funcionários públicos, "uma vez que tanto o COB quanto o Comitê Organizador dos Jogos receberam e eram gestores de verbas públicas e exerciam, por delegação, uma atividade típica de Estado: o desporto", afirma o MPF.

O órgão também destacou que, nos últimos dez dos 22 anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, sem indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte de seu patrimônio na Suíça.

Além da condenação dos envolvidos pelos crimes listados, os procuradores pediram a reparação por danos materiais no valor de 6,34 milhões de reais, e de danos morais no valor de 1 bilhão de reais.

A denúncia é resultado da operação chamada Unfair Play, uma ramificação da Lava Jato. Em 5 de outubro passado, a ação deteve Nuzman e Gryner, além de cumprir mandados de busca e apreensão nas casas e empresas de ambos.

No dia seguinte, o COI decidiu suspender o COB devido à investigação de seu então presidente, além de afastar Nuzman de todas as suas funções do comitê internacional, do qual é membro honorário. Na quarta-feira passada (11/10), ele anunciou sua renúncia à presidência do COB.

EK/abr/efe/ots