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O Brasil na imprensa alemã (06/06)

6 de junho de 2018

Bolsonaro, mudanças na Petrobras, efeitos da greve dos caminhoneiros e investimentos chineses no país receberam destaque na última semana.

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Brasilien Streik der LKW-Fahrer
Paralisação de caminhões em estrada em São Paulo, 26 de marçoFoto: picture-alliance/AP Photo/A. Penner

ARD – Brasil, o gigante paralisado, 02/06/2018

"A greve dos caminhoneiros teve consequências fatais em todo o Brasil – e atingiu um governo completamente despreparado. O presidente Michel Temer ignorou todos os avisos, segundo se comenta na capital, Brasília.

É certo que a greve vai deixar sua marca na economia: a indústria também ficou paralisada por dias. Meio ponto percentual de crescimento econômico, estimam especialistas, deve ir para a conta da greve. Isso significa que a economia só crescerá 2% este ano.

O clima no Brasil é miserável de qualquer maneira. A quatro meses antes das eleições, os sindicatos ensaiam uma insurreição contra o governo impopular, que parece bastante indefeso. Ainda não está claro quem pode realmente disputar a eleição. A economia está com menos ímpeto do que o esperado, e a recuperação lenta ainda não chegou para a maioria dos brasileiros.”

der Freitag – O Trump dos trópicos, 31/05/2018

"O populista de direita Jair Bolsonaro quer ser presidente, promove a ditadura e se beneficia da prisão do candidato esquerdista Lula da Silva.

A apenas quatro meses da eleição presidencial, as opiniões de Bolsonaro estão novamente em evidência. A prisão do seu arqui-inimigo e principal rival, o ex-presidente Luiz Lula da Silva do esquerdista Partido dos Trabalhadores (PT), melhorou significativamente a posição do populista de direita. Um sinal de que uma possível Presidência de Bolsonaro está sendo levada a sério foi o encontro recente entre o candidato de 63 anos e o embaixador britânico no Brasil, que diplomaticamente classificou tudo ‘de um encontro interessante'.

‘É improvável que ele ganhe, mas também é possível', disse Brian Winter, editor-chefe do Americas Quartely, que passou um longo tempo com o clã Bolsonaro. ‘Para seus seguidores, esse homem representa a lei e a ordem, e isso é uma mensagem muito atraente em um país com 60 mil homicídios por ano e um dos maiores escândalos de corrupção já descobertos no mundo.'

Em um esforço para capitalizar a guinada da América Latina à direita, Bolsonaro se apresenta como um defensor das armas e um cruzado antiestablishment que vai drenar o pântano em que a futurística capital Brasília afundou. Nos seus eventos de campanha, ele não ataca como Trump os ‘bad hombres', mas os ‘vagabundos', ‘canalhas' e ‘bandidos'.”

Frankfurter Allgemeine Zeitung – O chefe da Petrobras joga a toalha, 03/06/2018

"No fim, não havia nada que pudesse detê-lo. Pressionado por uma greve de caminhoneiros que durou 11 dias – e que foi eventualmente engrossada por petroleiros – e exasperado pela interferência política, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, se demitiu na sexta-feira.

A redução do preço do diesel e uma mudança na política de preços da estatal estavam entre as principais demandas dos grevistas. Isso foi uma mudança em relação à política de preços adotada por Parente um ano atrás. (...) Foi só depois de o presidente Michel Temer passar a atender as demandas dos grevistas é que os bloqueios nas estradas começaram a gradualmente a se dissolver nos últimos dias."

Handelsblatt – Como a China está investindo sem alarde no DNA industrial do país, 30/05/2018

"Os chineses agora conhecem o Brasil muito bem e investem de maneira bastante direcionada. Os brasileiros, no entanto, mal conhecem a China.

Sem alarde, bancos estatais da China vêm ocupando arranha-céus inteiros no distrito comercial de São Paulo, a avenida Brigadeiro Faria Lima. No ano passado, companhias chinesas investiram um total de 20 bilhões de dólares no Brasil. Foram 10 bilhões somente na Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), uma das maiores de produção de energia da América Latina.

As empresas estatais chinesas estão investindo mais no Brasil do que no resto da América do Sul. 'A China tem um plano claro, um apetite de alto risco, e é bem versada nos mercados emergentes e tem capital quase ilimitado', disse recentemente em São Paulo Georgina Baker, vice-presidente da International Finance Corporation (IFC), sobre as razões da rápida expansão.

A estratégia da China: suas empresas investem diretamente no DNA industrial do Brasil. Quem controla as redes elétricas, estradas e ferrovias tem uma enorme vantagem como investidor (...). Mas no Brasil isso dificilmente é percebido, exceto por alguns especialistas. Não parece incomodar ninguém. Como um todo, o conhecimento da China no Brasil é insignificante, mesmo que o país tenha se tornado seu principal parceiro comercial e investidor."

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