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O Brasil na imprensa alemã (15/04)

15 de abril de 2020

Jornais da Alemanha destacaram atitudes do presidente Bolsonaro em meio à pandemia de coronavírus e iniciativa de doação para favelas cariocas por seleção brasileira de 1982.

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O presidente Jair Bolsonaro diante do Palácio da Alvorada, em março, cumprimentando apoiadores
O presidente Jair Bolsonaro diante do Palácio da Alvorada, em março, cumprimentando apoiadoresFoto: AFP/S. Lima

Der Spiegel – O populismo mata, 10/04

Tomemos apenas os quatro representantes mais populares de seu ofício: durante semanas, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro inventou tanta besteira sobre o coronavírus que os militares do país chegaram a enquadrá-lo. Ele descreveu a preocupação com o vírus como "histeria", e a covid-19, como "gripezinha". Quis exonerar o ministro da Saúde, que alertou contra o vírus. Agora, o Brasil é o país mais afetado pela pandemia na América Latina.

(...) Esse é o balanço do coronavírus das maiores lideranças populistas de direita mundiais. A esses senhores, eu não pediria nem que eles consertassem o pneu furado da minha bicicleta, quanto mais que me guiassem numa pandemia. Por isso, vai aqui o alerta obrigatório para todos os que, ao votarem num populista de direita, esperam calmaria nas preocupações cotidianas, ou pelo menos em sua Weltschmerz ("dor ou cansaço do mundo"): sobre riscos e efeitos colaterais, consulte seu médico ou agente funerário. 

Süddeutsche Zeitung – Abraços em meio a hipnose coletiva, 13/04

A regra do distanciamento social caiu diante dos poderes econômicos. Mas uma outra força, ainda mais vigorosa, leva as pessoas de volta às ruas, uma espécie de hipnose coletiva: quando o Brasil já tinha 941 mortes em decorrência de infecção pelo novo coronavírus, o presidente Bolsonaro visitou uma padaria, comprou um refresco e voltou a abraçar muitas pessoas, tocando-as para selfies e vídeos, sem luvas, sem máscara. 

E, assim, os brasileiros não deixam suas casas apenas para manter seus trabalhos. Vão a bares na esquina para beber alguma coisa, saem para comprar ovos de Páscoa, para passear e rever os amigos. Fazem tudo isso sem máscaras e postam cada momento na rua nas redes sociais. É amargo ser testemunha desse comportamento suicida. 

Mas tudo isso já foi dito. Estamos repetindo as mesmas frases, parecemos loucos falando essas coisas sozinhos em meio à multidão. Talvez nossa mensagem precise chegar por um outro caminho. Talvez a morte tenha que passar diante de si para que as coisas óbvias se tornem compreensíveis. 

Já em poucos dias, milhares de brasileiros que agora se abraçam no limite da morte viverão um choque de realidade. Gritarão sem poder ver os corpos dos mortos e sem entender o que aconteceu. Quero distância desses brasileiros. Tudo o que eu posso fazer é ficar em casa. Agora, no dia 13 de abril, completam-se 32 dias da nossa quarentena.

Die Welt – O futebol ajuda a favela, 15/04

Até hoje, a seleção brasileira de 1982 é lembrada pelo seu jogo de classe e como a melhor equipe nacional que nunca venceu um título mundial. 

(...) Talvez também por isso, a atenção nas favelas brasileiras seja especialmente grande com o anúncio de que exatamente esses ícones do futebol brasileiro participarão de uma ação para ajudar as favelas do Rio de Janeiro a combater os efeitos da crise do coronavírus. A iniciativa partiu do grupo "Mães da Favela" e está sendo organizada pela Central Única das Favelas (Cufa). 

No site maesdafavela.com.br, é possível doar a partir de R$ 30, empresas podem doar produtos. Em pouco tempo, foram doados mais de R$ 1,5 milhão para comprar arroz, macarrão e artigos de higiene. O apoio é necessário, já que os habitantes das grandes favelas são os mais atingidos pela crise do coronavírus. Muitos não têm acesso a sabão ou desinfetantes, cujos preços dispararam. 

RK/ots

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