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O Brasil na imprensa alemã (11/11)

11 de novembro de 2020

A denúncia contra Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas, a ameaça de "pólvora" do presidente brasileiro contra Joe Biden e os testes para vacina de covid-19 no país foram destaques na mídia da Alemanha.

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Senador Flávio Bolsonaro
Senador Flávio Bolsonaro é acusado pelo MP de liderar organização criminosaFoto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa

Süddeutsche Zeitung – No pântano da corrupção (06/11)

Quando os funcionários não fazem seu trabalho, geralmente isso é um problema para o chefe, ou pelo menos é algo que causa irritação. No caso de Flávio Bolsonaro, entretanto, o oposto pode ser o caso: o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro teria colocado vários funcionários em sua folha de pagamento financiada pelo Estado, durante seu período como deputado estadual. Mas eles nunca teriam trabalhado e teriam que abrir mão de grande parte de seus salários – para doar a ninguém menos que seu chefe, o filho do presidente.

(…)

O fato de o próprio filho do presidente estar envolvido em tais práticas corruptas tem causado sensação no país.

Em vez de drenar esse pântano, no entanto, o próprio presidente agora parece afundar nele. Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre as acusações e a denúncia do Ministério Público contra seu filho mais velho. O próprio Flávio Bolsonaro anunciou na internet que nada fez de ilegal. Por outro lado, ele acusa os investigadores de terem cometido erros "bizarros", e isso nas vésperas das eleições locais, que ocorrerão no Brasil em meados de novembro e são um importante teste para o presidente e sua política.

A denúncia contra Flávio Bolsonaro é a primeira contra um membro da família desde que o pai Jair Bolsonaro assumiu o cargo, em 2019. No entanto, também estão em andamento investigações contra o irmão mais novo de Flávio, Carlos. Ele é vereador no Rio de Janeiro e supostamente tem ligações com milícias que controlam grande parte das favelas. Além disso, seria o chefe de um grupo que espalhou deliberadamente denúncias falsas contra o Supremo Tribunal Federal.

A Polícia Federal iniciou investigações, mas quando isso foi divulgado, Jair Bolsonaro demitiu imediatamente o chefe da corporação. Isso gerou protestos em público, pois parecia que o presidente queria usar seu poder para obstruir uma investigação. O ministro da Justiça renunciou em protesto e, no final, o Supremo Tribunal Federal ordenou outra investigação, desta vez não contra um dos filhos de Jair Bolsonaro, mas contra o próprio presidente. O Judiciário brasileiro, pelo menos, não parece estar poupando esforços.

N-TV.de – Bolsonaro ameaça Biden (11/11)

O chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, ameaçou o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, com um duro conflito sobre a política climática. Fazendo referência a declarações de Biden, que denunciou o rápido progresso da destruição da Floresta Amazônica durante a campanha eleitoral, Bolsonaro disse na terça-feira que "só diplomacia" não resolveria tais conflitos, sendo também necessária "pólvora" para isso.

O chefe de Estado de extrema direita não explicou o que ele quis dizer exatamente. Ele disse que a "pólvora" não precisa ser usada, mas que o outro lado "precisa saber que temos".

Bolsonaro ainda não deu os parabéns a Biden por sua vitória eleitoral, ao contrário de muitos outros chefes de Estado e de governo em todo o mundo. Bolsonaro é um apoiador do presidente dos EUA, Donald Trump, o qual ainda não reconheceu sua derrota eleitoral.

Na corrida para as eleições nos Estados Unidos, o presidente brasileiro expressou abertamente sua esperança na vitória de Trump. O discurso de Biden, que ameaçou o Brasil com sanções econômicas pela destruição da Floresta Amazônica, foi classificado por Bolsonaro de "catastrófico e desnecessário".

Tagesschau.de – Estudo de vacinas no Brasil: laboratório mundial de testes (06/11)

Todos os fabricantes de vacinas mais conhecidos do mundo estão atualmente fazendo testes no Brasil – além de Biontech e Pfizer, desenvolvedores da China, da Rússia e os fabricantes Johnson & Johnson e AstraZeneca.

A escolha do Brasil se deve em parte aos renomados institutos estatais Butantan e Fiocruz, com os quais alguns fabricantes cooperam no desenvolvimento e na produção de vacinas. Também é devido aos custos de estudo, mais baratos em comparação com a Europa ou América do Norte. No entanto, o motivo mais importante a favor do maior país da América do Sul é outro: o alto número de pessoas infectadas pelo coronavírus.

"O governo brasileiro não conseguiu frear a disseminação do vírus com medidas significativas", reclama a microbiologista Natalia Pasternak, da Universidade de São Paulo. Com mais de 160 mil mortes relacionadas ao vírus desde o início da pandemia, o Brasil ocupa o glorioso segundo lugar nas estatísticas entre países. Em algumas regiões do Brasil, o sistema de saúde entrou em colapso temporariamente – também porque medidas de quarentena rígidas raramente eram aplicadas.

O vírus se espalhou quase sem controle. Mais de um quarto da população de São Paulo já carrega anticorpos. Alguns especialistas acreditam que não houve apenas uma primeira onda no Brasil, mas também uma segunda que atingiu a população quase ao mesmo tempo.

MD/ots