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O Brasil na imprensa alemã (16/01)

16 de janeiro de 2019

Otimismo de investidores com economia brasileira e riscos de reforma da Previdência, perfil de Ronaldo como dono de clube espanhol, e extradição de Cesare Battisti foram temas.

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Paulo Guedes
Paulo Guedes alimenta a confiança na economia de maneira decisiva, escreveu jornalFoto: AFP/Getty Images

Handelsblatt – Pavor dos liberais, queridinho dos investidores, 11/01/2019

Apesar do início turbulento, a economia não se deixa enganar. Eufóricos, os investidores financeiros acompanham a ascensão de Bolsonaro: de candidato populista de direita sem chances de vitória a presidente do Brasil. O índice Ibovespa subiu 15% em 2018, contrariando a tendência das bolsas mundiais especialmente nos dois últimos meses do ano, quando Bolsonaro venceu a eleição. E, desde sua posse, no início do ano, a situação continua melhorando.

Quem alimenta a confiança de maneira decisiva é o ministro da Economia de Bolsonaro: o economista Paulo Guedes, de 69 anos, com doutorado em Chicago. [...] Seu principal desafio: ele precisa apresentar, nas próximas semanas, uma ampla reforma da Previdência [...]. Guedes afirmou que a aprovação da reforma da Previdência faria o Brasil crescer por dez anos de forma sustentável. 

O que ele não diz: se o governo Bolsonaro fracassar com a reforma previdenciária, a confiança na economia também deve se dissipar rapidamente. Aconteceu de forma similar com os antecessores de Bolsonaro, Dilma Rousseff e Michel Temer. "Os investidores estrangeiros estão aguardando", diz Mario Castro, estrategista da Nomura. "Eles querem ver se o governo realmente vai colocar a reforma nos trilhos."

Para o investidor Guedes, o risco está claro: em seu discurso de posse como ministro, ameaçou adotar um plano B caso fracasse a reforma da Previdência, redividindo todas as despesas do Estado para reduzir o déficit no orçamento. "Não é bom sinal quando um ministro já calcula o possível fracasso de sua reforma mais importante", diz Sergio Vale, economista chefe da consultoria de análise macroeconômica MB Associados.

Welt am Sonntag – O revolucionário alegre, 13/01/2019

Quando Ronaldo Luís Nazário de Lima se apresentou como novo sócio majoritário do clube espanhol Real Valladolid, da primeira divisão, fez uma pergunta retórica aos ouvintes curiosos: "Vocês acham que eu compraria um clube e que, no dia seguinte, sairia de férias?" Não, não, claro que não, se bem que: talvez sim. Talvez um ou outro na plateia até pensasse isso mesmo.

O brasileiro, afinal, não foi apenas um atacante histórico, mas também um bon vivant lendário. [...] Por outro lado, durante as outras empreitadas, fazia tempo que Ronaldo se interessava pelo mundo dos negócios. Já que este se jogava sobre ele, ele aproveitava para levar algo consigo, para a carreira depois do futebol. [...]

Por 51,05% das ações, Ronaldo pagou 25 milhões de euros. "Meu dinheiro", como ele assegura e como pessoas próximas fazem questão de destacar. Segundo eles, o ex-jogador de 42 anos não é nem cabeça, nem rosto ou testa de ferro de qualquer fundo de investimentos. De fato, ele faz parte da primeira geração de estrelas do futebol que ganharam tanto jogando que, uma vez encerrada a carreira, não conseguem ficar apenas como técnicos ou diretores esportivos, mas sim como proprietários de clube numa liga de ponta.

"O Fenômeno": em Valladolid, diz-se que o clube ainda não viveu tamanho hype. Rapidamente, em cooperação com a prefeitura, o grupo esportivo criou um pacote turístico: entradas para o estádio, estadia em hotel com café da manhã, visita guiada à cidade e mais descontos custam, no total, 120 euros.

"Ronaldo é combustível para a cidade, torcedores, patrocinadores e também nós, no clube", avalia o ex-proprietário Carlos Suárez, que Ronaldo manteve como presidente. O técnico Sergio González está empolgado. Para ele, ter Ronaldo como dono do clube dá a jogadores e técnicos uma "força brutal". Simplesmente porque ele é Ronaldo.

Frankfurter Allgemeine Zeitung – O fim de uma fuga glamourosa, 14/01/2019

A Justiça italiana está convencida de que, como autor dos disparos, [Cesare] Battisti foi o responsável direto pelas mortes de um joalheiro e um açougueiro e que ele participou do assassinato de dois policiais como instigador e como cúmplice. Battisti confessou participação nos assaltos [...]. Mas ele contesta participação nos assassinatos. Em 1993, Battisti foi condenado in absentia à prisão perpétua, sentença que foi confirmada em todas as instâncias na Itália. [...]

Em 2007 [depois de ter fugido da prisão e vivido na França, onde recebeu asilo político durante o governo Mitterrand], Battisti fugiu para o Brasil. [...]  Battisti foi preso repetidas vezes pela polícia brasileira, mas sempre acabou sendo solto. [...]

Já durante a campanha eleitoral, o nacionalista de direita Jair Bolsonaro prometeu que extraditaria Cesare Battisti para a Itália caso fosse eleito presidente. Battisti escapou de uma eventual prisão logo depois da posse de Bolsonaro fugindo para a Bolívia, ainda governada pelo socialista Evo Morales. Este, no entanto, tem problemas suficientes para manter seu poder que está desmoronando, e aparentemente não quis proteger Battisti. [...]

Ainda no domingo (13/01), o governo italiano enviou um avião com oficiais da polícia e do serviço secreto para Santa Cruz de la Sierra. O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, da legenda nacionalista de direita Lega, agradeceu aos governos e autoridades envolvidos na prisão de Battisti por seu empenho na detenção "de um criminoso que não merece uma vida agradável na praia e que deveria passar o resto de seus dias na prisão". 

RK/ots

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