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"O mundo inteiro está olhando para nós", diz Merkel

8 de setembro de 2015

Em reunião com primeiro-ministro sueco, chanceler federal alemã volta a pedir resposta comum europeia para crise migratória. Berlim garante ter capacidade para receber meio milhão de refugiados por ano.

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Foto: Getty Images/J. Koch

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, se reuniram nesta terça-feira (08/09), em Berlim, para discutir a necessidade de uma resposta comum europeia para a crise de refugiados.

Merkel reiterou a necessidade de um esforço especial para lidar com a atual situação e a importância da comunicação entre todos os países da União Europeia (UE). A chanceler falou ainda sobre "o espírito correto do respeito mútuo" e alertou sobre danos enormes, caso a Europa se esquive neste momento.

"O mundo inteiro está olhando para nós. Ninguém foi capaz de prever o número de refugiados e ninguém pode prever o futuro. Mas quando pessoas estão em situação de pobreza e emergência, temos que resolver esses problemas e precisamos todos trabalhando conosco", disse Merkel.

Apesar de elogiar os planos do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, de realocar os refugiados de países que estão sobrecarregados, a chanceler alemã lembrou que esse é apenas "o primeiro passo importante".

"Outro passo precisa ser tomado, porque nem a Alemanha nem a Suécia podem determinar o número de refugiados. Nós precisamos de um sistema aberto para dividir aqueles que têm direito ao asilo", afirmou.

Solução permanente

Antes do encontro com Merkel, o primeiro-ministro sueco afirmou que a UE precisa fazer mais como uma entidade. Soluções voluntárias "não são suficientes", ressaltou Lofven, que reiterou a necessidade de um sistema permanente de cotas de distribuição de refugiados.

A Alemanha, juntamente com a Suécia e a Áustria, pediu mais ajuda aos países vizinhos para lidar com a multidão de pessoas que chegam a seu território. Vários membros da União Europeia resistem à introdução de um sistema de cotas para redistribuir os recém-chegados.

Deutschland Schweden Merkel und Löfven PK in Berlin
Soluções voluntárias "não são suficientes", diz LofvenFoto: Reuters/F. Bensch

O Representante Especial das Nações Unidas para Migração e Desenvolvimento, Peter Sutherland, lembrou nesta terça-feira, porém, que a crise de refugiados precisa de "uma resposta global" e pediu que todos os países se envolvam nessa situação.

Sutherland defendeu ainda uma conferência internacional para discutir a crise. "Nós devemos ter uma resposta europeia, com parte de uma resposta global", ressaltou.

Nesta terça-feira, o ministro da Economia e vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que a Alemanha tem condições de receber meio milhão de refugiados por ano.

"A Alemanha poderá aceitar uma parcela bastante desproporcional" entre os países da UE por ser um "economicamente forte", disse Gabriel. "A Alemanha é um país forte e compassivo", ressaltou Gabriel.

O vice-chanceler federal destacou, no entanto, que outros Estados-membros da União Europeia devem também receber a sua cota de refugiados, já que dezenas de milhares de pessoas continuam a fugir da guerra e da pobreza no Oriente Médio e na África.

Combate ao tráfico

Além de abrigar refugiados, Alemanha deseja intensificar o combate ao transporte ilegal de refugiados. O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, defendeu nesta terça-feira a participação alemã na segunda fase da missão militar da União Europeia no Mediterrâneo, que pretende identificar as rotas dos traficantes de migrantes e prendê-los.

"A Europa não pode permitir que o Mar Mediterrâneo seja uma vala comum para refugiados", disse Steinmeier ao site Spiegel Online. "Não podemos deixar as pessoas em alto mar entregues à própria sorte."

Desde junho deste ano, a Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) participa com dois navios da missão da União Europeia no Mediterrâneo e já ajudou a resgatar 7,2 mil migrantes.

A partir de outubro, na segunda fase da operação da UE, o tráfico será energicamente reprimido. Os envolvidos devem ser presos, e as embarcações utilizadas para o transporte irregular de pessoas, apreendidas.

CN/dpa/afp