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O que empresas alemãs podem oferecer a refugiados?

Claudia Kornmeier (af)10 de setembro de 2015

Políticos querem afrouxar as restrições de trabalho a quem pede asilo na Alemanha, o que agrada empregadores do país. Risco de deportação e situação jurídica incerta ainda dificultam contratação de refugiados.

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Foto: DW/C. Röder

Estágios, treinamentos, raramente posições fixas. Isso é o que grandes empresas alemãs oferecem a refugiados em busca de trabalho. Até mesmo na hora de oferecer um treinamento os empregadores muitas vezes consideram o risco de deportação muito grande. Por isso, algumas empresas alemãs estão tentando, junto às autoridades e aos políticos, melhorar as condições de contratação.

A Siemens lançou, na cidade de Erlangen, um programa remunerado para dez estagiários. A partir de outubro, a iniciativa deve se estender a outras nove filiais. "Trata-se de uma primeira parcela de normalidade, de vida cotidiana", diz o porta-voz da empresa Michael Friedrich. Até então, ninguém foi aceito para um programa de treinamento, mas isso ainda pode acontecer, segundo Friedrich.

A companhia de telefonia Deutsche Telekom também oferece estágios remunerados para refugiados. Os requisitos são, no entanto, elevados. A empresa está de olho, principalmente, em estudantes de economia e exige, na maioria dos casos, bons conhecimentos de alemão e inglês. Por esse caminho, a Telekom ainda não encontrou nenhum estagiário, mas já recebeu as primeiras inscrições.

A Continental, fornecedora de peças para veículos, decidiu abrir programas de incentivo já existentes também para refugiados. Durante o estágio remunerado, os jovens têm a oportunidade de concluir a escola e, posteriormente, tentar uma formação superior.

Os pré-requisitos legais para essas vagas ainda precisam ser esclarecidos com a agência do trabalho no país. O retorno, no entanto, foi positivo, diz a empresa. Ocasionalmente, são fechados também contratos para programas de treinamento.

O grupo Daimler qualifica refugiados em cerca de quatro empresas. A fabricante de máquinas tem sírios e iraquianos empregados com permissão de trabalho. O contato é feito de maneiras diferentes. Assim, a fabricante de automóveis apoia financeiramente a cidade de Stuttgart nos esforços relacionados aos refugiados. O grupo Trumpf também oferece cursos de alemão em cooperação com a cidade de Ditzingen.

Situação legal incerta

Ariane Reinhart, da Continental, diz que ir diretamente aos abrigos de refugiados em busca de funcionários não é uma boa ideia. "É importante que, depois de passarem por dificuldades, as pessoas primeiro descansem."

A Telekom também não quer ir por esse caminho, que havia sido levantado pelo presidente da Daimler, Dieter Zetsche, na semana passada. "Isso não faz sentido. Antes de mais nada, a situação legal do refugiado deve ser definida", diz o porta-voz da empresa Christian Schwolow.

O estatuto jurídico incerto dos refugiados continua a ser um risco para as empresas, embora o governo tenha concordado, no último fim de semana, com uma flexibilização das restrições de trabalho. Enquanto o processo de asilo corre, a definição de quanto tempo um requerente de asilo pode permanecer na Alemanha permanece no limbo.

Para as empresas, a formação de um empregado é, no entanto, sempre um investimento. Por isso, a Confederação Alemã de Indústria e Comércio defende a regra "3 + 2". Assim, alguém que estivesse fazendo um curso profissionalizante de três anos não poderia ser deportado e poderia continuar empregado durante pelo menos dois anos após concluir a formação.