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O Rolls-Royce renasce

av3 de janeiro de 2003

Desde 1º de janeiro, a tradicional marca Rolls-Royce pertence oficialmente à multinacional alemã BMW, a qual, de Munique, controlará os destinos do mais conhecido produto britânico.

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O novo Rolls-Royce Phantom RR1Foto: AP

O primeiro fruto dessa nova era, o Phantom RR 01, está sendo apresentado à imprensa nesta sexta-feira (3), em Goodwood, no sul da Inglaterra, e em Detroit, nos Estados Unidos. A produção se limitará a mil exemplares por ano.

Segundo Ted Meachem, presidente do Rolls-Royce Club, sediado em Sussex, igualmente no sul da Inglaterra, o RR é a terceira mais conhecida marca visual, só perdendo para a cruz e para o logotipo da Coca-Cola. Com fleuma típica, Meachem relativiza o fato de essa tradição "very very british" passar para mãos estrangeiras. Ele preferiria que isso não fosse necessário, porém no atual mercado global é provavelmente essencial uma companhia muito maior injetar capital e finanças na quase centenária fábrica.

Além disso, o presidente do clube, que dispõe de dez mil membros no mundo inteiro, elogia o engajamento da BMW e todo o know-how que aplicou ao novo modelo. Apesar de já possuir dois carros Rolls-Royce, Meachem pretende adquirir um dos novos modelos. Mas está disposto a ainda esperar uns dez anos: os primeiros exemplares custam a bagatela de 350 mil euros, o preço de uma frota de 23 Astras GM, por exemplo.

Um veículo nobre

A oficina de marcenaria da Rolls-Royce em Goodwood é o contrário do que se espera de uma unidade industrial: nada de esteiras rolantes ou pressa. Nem mesmo barulho que ultrapasse o suave lixamento das peças de madeira que adornarão o interior dos veículos, sempre produzidos com muito calma e trabalho artesanal. A própria fábrica transpira estilo e exclusividade: o luminar britânico da arquitetura Nicholas Grimshaw foi contratado para projetar os galpões rebaixados, com tetos de formas suaves e recobertos de vegetação, integrando-se perfeitamente aos parques circundantes.

A empresa se orgulha de poder satisfazer todos os desejos de seus clientes. Como o do norte-americano que trouxe um pedaço de uma árvore proveniente de sua propriedade. Com essa madeira, ele mandara construir os móveis de seu escritório, da casa e até do iate, e queria agora que seu novo automóvel de luxo fosse revestido com o mesmo material. Não houve problema, já que o lema da Rolls-Royce é "Tudo é possível!". Com uma única ressalva: a segurança não pode ser jamais afetada.

Desde 2002 a rainha Elizabeth passou a dar preferência à concorrente Bentley, desfilando na limusine presenteada por aquela firma por ocasião dos 50 anos de reinado. Uma lisonja de que a Rolls-Royce pode prescindir: "A rainha tem cinco de nossos carros. Não vimos necessidade de lhe dar mais um", comenta o porta-voz Fred Foot. Mesmo assim, permanece a esperança de que a soberana confira uma aura de nobreza ao novo RR 01, ao encomendar um dos exclusivos exemplares. Pois, afinal de contas, lembra Foot, este é o renascimento do Rolls-Royce.