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Obama afirma que tensões com a Rússia não levarão a nova Guerra Fria

30 de julho de 2014

Presidente dos EUA diz que novas sanções econômicas impostas contra Moscou estão relacionadas "à falta de vontade da Rússia de reconhecer que a Ucrânia pode traçar seu próprio caminho".

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Foto: picture-alliance/dpa

Os Estados Unidos ampliaram nesta terça-feira (29/07) suas sanções à Rússia devido ao suposto apoio do país aos separatistas no leste da Ucrânia, mas o presidente Barack Obama rejeitou insinuações de que o crescente distanciamento nas relações russo-americanas marcaria o início de uma nova Guerra Fria.

"Não é uma nova Guerra Fria", disse Obama a jornalistas. "É uma questão muito específica relacionada à falta de vontade da Rússia de reconhecer que a Ucrânia pode traçar seu próprio caminho."

Numa ação cuidadosamente coordenada, os EUA e a União Europeia anunciaram nesta terça-feira novas sanções contra os setores bancário, de energia e de defesa da Rússia. Trata-se da resposta mais séria do Ocidente até o momento ao alegado apoio russo aos separatistas no leste ucraniano e à derrubada do avião da Malaysia Airlines, em 17 de julho.

Na Casa Branca, Obama disse que as sanções terão "um maior impacto sobre a economia russa do que temos visto até o momento", num esforço para forçar Moscou a parar de apoiar os separatistas.

Até agora, a Europa tinha evitado impor medidas mais duras contra a Rússia por medo de retaliação. Obama disse que as novas sanções são um sinal da diminuição da paciência da Europa com as palavras do presidente Vladimir Putin, que não se transformam em ações.

"A intenção é servir como uma forte advertência: anexação ilegal de território e desestabilização deliberada de um país soberano não é aceitável na Europa do século 21", disseram os presidentes do Conselho Europeu, e Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

Autoridades dos EUA expressaram crescente preocupação com a presença de tropas russas na fronteira com a Ucrânia e o fornecimento contínuo de armamento pesado para os separatistas. Para os EUA, estes são sinais de que, pelo menos até agora, as sanções anteriormente impostas não estão forçando Putin a recuar, apesar do dano que estão provocando para a economia russa.

Entretanto, Obama não pareceu inclinado a fornecer ajuda militar para a Ucrânia, dizendo que o Exército ucraniano estava "melhor armado do que os separatistas" e que o assunto em questão é "como evitar derramamento de sangue no leste da Ucrânia".

Setores-chave da economia

Segundo o Departamento do Tesouro americano, os novos alvos das sanções dos EUA, anunciadas pouco depois das impostas pela UE, incluem o banco VTB – um dos maiores da Rússia –, o Banco de Moscou e o Banco da Agricultura Russo. O acesso desses bancos aos mercados de capital americanos foi limitado.

Outros bancos grandes foram deixados de fora da lista – como o maior do país, o Sberbank. Segundo autoridades americanas, cerca de 30% do setor bancário da Rússia foi afetado pelas sanções.

As medidas também atingiram a United Shipbuilding Corporation, empresa de tecnologia de defesa sediada em São Petersburgo. Todos os ativos que a companhia possa ter nos EUA foram congelados e todas as transações com os EUA, proibidas.

As novas medidas também bloquearam a exportação de mercadorias específicas e tecnologia para o setor de energia russo. Obama também suspendeu formalmente créditos que encorajem exportações para a Rússia, assim como o financiamento de projetos de desenvolvimento econômico no país.

"Hoje, a Rússia se isola mais uma vez da comunidade internacional", disse Obama, alertando que as punições contra o governo de Putin serão ampliadas, caso Moscou não recue.

BA/rtr/dpa/ap