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Obama: "Progresso na África depende da democracia"

28 de julho de 2015

Na Etiópia, presidente dos EUA pede que países africanos combatam a corrupção, promovam eleições livres e justas e respeitem as Constituições. "A lei é a lei. Ninguém está acima dela, nem mesmo os presidentes."

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Foto: Getty Images/AFP/S. Loeb

A África só poderá concretizar o seu potencial de crescimento econômico se promover a democracia, disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante discurso na sede da União Africana (UA) nesta terça-feira (28/07).

"O progresso da África dependerá da democracia", afirmou Obama na capital etíope, Adis Abeba, no último evento de sua visita de quatro dias ao continente africano. Além da Etiópia, país que deve crescer 10% neste ano, o presidente americano passou, quando pelo Quênia, a terra natal de seu pai.

Na sede da UA, bloco regional com 54 membros, o presidente americano disse ainda que democracia não significa apenas realizar eleições, mas garantir que estas sejam livres e justas, além do direito de liberdade de expressão e de reunião, assim como a liberdade de imprensa.

Essas liberdades são negadas a milhões de africanos em países que praticam a democracia "no nome, mas não na essência", afirmou Obama. O presidente dos EUA estava se referindo ao Burúndi e a outros países africanos nos quais líderes políticos chegaram recentemente ao poder ou estão tentando mudar a Constituição para estender seu mandato.

"A lei é a lei. Ninguém está acima dela, nem mesmo os presidentes", afirmou Obama. Ao tentar mudar as regras para permanecer no poder, se aumenta o risco de instabilidade e conflitos, disse.

"Muitas vezes é apenas um primeiro passo para um caminho perigoso", advertiu. "Não entendo por que as pessoas querem ficar tanto tempo [no poder], especialmente quando têm muito dinheiro", completou, arrancando risadas do público.

"Uma nova África está emergindo"

Obama também enfatizou que o progresso econômico da África depende do fim da corrupção. "Aqui na África, a corrupção drena bilhões de dólares de economias. Esse dinheiro poderia ser usado para criar empregos e para a construção de hospitais e escolas."

O presidente americano ressaltou que há uma "tarefa urgente" diante do continente, cuja população de 1 bilhão de pessoas deve dobrar em poucas décadas. "A África terá de gerar milhões de empregos a mais do que está gerando agora", advertiu, sem deixar de salientar melhorias. "A África está em movimento, e uma nova África está emergindo."

Ao longo de sua viagem, o presidente americano também falou sobre a cooperação na área de segurança com os Estados africanos que lutam contra militantes islâmicos na Somália e sobre relações comercias com o continente, que desde 2009 tem feito mais negócios com a China do que com os EUA.

Sem mencionar diretamente a China ou qualquer país, Obama disse que os Estados Unidos oferecem uma parceria que vai além de "construir infraestrutura em países [africanos] com mão de obra estrangeira e extrair recursos naturais da África". A China tem erguido enormes projetos de infraestrutura em todo o continente, incluindo um novo metrô em Adis Abeba.

Antes de discursar na UA, Obama teve um encontro bilateral com o comissário-chefe do bloco, Nkosazana Dlamini-Zuma, que apelou aos EUA para ajudarem a corrigir uma "injustiça histórica" nas Nações Unidas. A África é o único continente que não está representado nos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

PV/dpa/rtr