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ONU

Miodrag Soric (rk)21 de setembro de 2007

Em entrevista à Deutsche Welle, Frank-Walter Steinmeier fala sobre reforma da ONU, Irã e Rússia. Temas serão discutidos na próxima Assembléia Geral das Nações Unidas em Nova York.

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Steinmeier: 'financiamento precisa de bases estáveis'Foto: DW/F.Craesmeyer

Deutsche Welle: Senhor Ministro, quais serão os principais assuntos que a Alemanha vai apresentar na Assembléia Geral das Nações Unidas?

Frank-Walter Steinmeier: Infelizmente, como nos últimos anos, vamos discutir a reforma da ONU. Como se sabe, existem centenas de propostas para reformar a instituição. Creio que todos reconhecem que a organização precisa funcionar de forma mais eficiente e que seu financiamento precisa de bases mais estáveis. Estamos trabalhando nisso, mas não avançamos com velocidade suficiente.

Außenminister Frank-Walter Steinmeier
Reforma da instituição será tema central da AssembléiaFoto: DW/F.Craesmeyer

Além disso, o secretário-geral Ban Ki-Moon também convocou os chefes de Estado para uma reunião sobre o clima e as políticas energéticas. Uma iniciativa muito bem-vinda, uma vez que os esforços mundiais para conter o aquecimento global só podem ser conduzidos a um final feliz sob a égide da ONU. Aguardamos com grande expectativa a próxima conferência sobre o clima em Bali e queremos contribuir intensamente para a criação de acordos internacionais que possam substituir o protocolo de Kyoto (que expira em 2012) nos próximos 18 meses

Que peso terá o tema Irã na reunião?

Se o presidente Mahmoud Ahmadinejad discursar perante a assembléia, o país vai desempenhar um papel de destaque na reunião e também na imprensa. Mas também é importante destacar que, paralelamente à Assembléia Geral, haverá uma reunião das seis grandes potências envolvidas na questão iraniana (Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e Estados Unidos), que juntas pensarão no rumo que as coisas devem tomar.

Teremos de avaliar a disponibilidade do Irã em responder às questões apresentadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que permitirão comprovar se há ou não um programa de armamento nuclear no país. Vamos reiterar, de forma inequívoca, que não poderemos permitir que o Irã desenvolva armas nucleares, seja aberta ou secretamente. Muito pelo contrário, os acontecimentos do último ano provaram que nosso esforço conjunto deve se concentrar no desarmamento nuclear. Não podemos nem pensar em ir na direção contrária.

A Rússia não quer mais integrar o FACE (Tratado de Forças Armadas Convencionais na Europa), que restringe o destacamento de forças militares no continente. O senhor lançou uma iniciativa, o Kremlin ainda resiste. Quais são os próximos passos?

De fato, me preocupa estarmos questionando uma estrutura de desarmamento que levou décadas para ser construída. O anúncio da suspensão do FACE pelo presidente Putin faz parte deste contexto. Mas, atualmente, esse processo parece estar regredindo.

O FACE é um tratado que deveria limitar o armamento de forças convencionais. Estamos muito empenhados em trazer a comunidade internacional de volta à razão. Por isso, convidamos todos os países interessados no FACE para discutir como esse sistema de desarmamento pode ser salvo. A Rússia confirmou sua presença em Berlim e isso já é um avanço.

Quer dizer que o senhor não acredita que o FACE possa fracassar?

Não se pode exagerar no otimismo. Mas otimismo também não é nossa única motivação. Se quisermos evitar um desenvolvimento negativo e se acreditamos poder fazê-lo, é preciso se empenhar.