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Operação prende mulher de acusado de matar Marielle

3 de outubro de 2019

Ação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro também prendeu outros dois suspeitos ligados ao PM reformado apontado como o executor da vereadora. Grupo é acusado de ocultar arma usada no crime.

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Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, no centro do Rio de JaneiroFoto: Reuters/P. Olivares

Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (03/10) prendeu quatro pessoas ligadas ao sargento reformado da PM Ronnie Lessa, o principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 2018.

Entre os presos está Elaine de Figueiredo Lessa, esposa de Lessa, e o irmão dela, Bruno Figueiredo. Os outros dois alvos presos na "Operação Submersus” são: Márcio Montavano, o "Márcio Gordo", e Josinaldo Freitas, o "Djaca".

O quarteto que foi preso nesta quinta-feira foi acusado de ter ocultado armas usadas por Lessa, entre elas uma submetralhadora HK-MP5, que teria sido usada para matar Marielle e Anderson.

A Justiça do Rio também expediu 20 mandados de busca e apreensão no âmbito da operação desta quinta.

Preso no caso Marielle foi homenageado na Alerj

Segundo a denúncia que embasou as prisões, Elaine comandou uma acao para dar sumiço a uma série de armas de grosso calibre para evitar que Lessa fosse incriminado, jogando o material no mar da Barra da Tijuca, próximo às Ilhas Tijucas, com o auxílio de um barqueiro. Seu irmão e os outros dois suspeitos participaram da ação, segundo o Gaeco.

Um pescador contou à polícia que foi contratado por "Djaca" por 300 reais para levá-lo ao mar, com o objetivo de se livrar de "fuzis e pequenas caixas”.

Mergulhadores do Corpo de Bombeiros vasculharam o local, mas a arma usada no assassinato de Marielle e Anderson nunca foi encontrada.

Ainda segundo a denúncia, a ação comandada por Elaine ocorreu em março deste ano, um dia após a prisão de Lessa. Na ocasião, tanto Lessa quanto Elaine moravam no condomínio Vivendas da Barra, o mesmo em que o presidente Jair Bolsonaro tem residência. Nesta quinta-feira, Elaine foi presa em um condomínio ao lado, onde também possui um imóvel.

Nesta quinta-feira, depois da prisão de Djaca, a revista Veja divulgou duas fotos em que o suspeito aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro. As fotos foram publicadas entre 2017 e 2018 nas redes sociais do acusado. Ele também aparece em uma fotografia ao lado de um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro. Professor de artes marciais, Djaca vive na região de Rio das Pedras, uma área dominada pela milícia.

A operação desta quinta ocorre pouco mais de duas semanas após a ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pedir a federalização das investigações do caso e apresentar umadenúncia criminalcontra o o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e outras quatro pessoas. Todos são acusados de atuar para obstruir as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco. A PGR suspeita que Brazão tenha encomendado os assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes em 2018.

Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro. Duas pessoas foram presas, suspeitas de executarem o crime: o PM reformado Ronnie Lessa, que teria efetuado os disparos, e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, que dirigiu o carro de onde partiram os tiros. Uma assessora da vereadora que também estava no veículo sobreviveu ao atentado.

JPS/ots

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