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Conferência para refugiados da Síria sem consequências

Dagmar Engel (av)29 de outubro de 2014

Objetivo da reunião não era obter recursos. Ainda assim, há pelos menos dez motivos para afirmar que ela valeu a pena, opina Dagmar Engel, chefe da sucursal de Berlim.

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Kommentarfoto Dagmar Engel Hauptstadtstudio
Dagmar Engel é chefe da sucursal de Berlim de DWFoto: DW/S. Eichberg
  1. Fora da região em torno da Síria, a grande catástrofe dos refugiados quase havia caído no esquecimento. A luta armada contra as milícias terroristas do "Estado Islâmico" relega a segundo plano todas as demais notícias da região.
  2. Na conferência em Berlim, ficou reconhecido claramente que não apenas a situação dos refugiados é desesperadora: também os países que os acolhem precisam de apoio urgente.
  3. Poucas vezes se escutou de forma tão concentrada e veemente o grito de socorro dos vizinhos da Síria. Os ministros do Exterior do Líbano e da Jordânia indicaram insistentemente quão dramática é a situação em seus países.
  4. É impressionante notar com que altruísmo justamente essas duas pequenas nações ajudam seus vizinhos em apuros.
  5. Ao mesmo tempo, isso é uma vergonha para grande parte da comunidade internacional. Essa situação eleva a disposição de outros países de se engajar mais pelo respaldo aos países que recebem os refugiados, e pelas comunidades que os abrigam. Isso poderá até mesmo resultar em que a infraestrutura e prosperidade se desenvolvam mais nas cidades e lugarejos que oferecem um lar aos refugiados do que em outras localidades da região.
  6. Os refugiados sírios não serão mandados de volta enquanto reinar a guerra. Já há um bom tempo o governo libanês defende a repatriação para territórios da Síria onde os combates são menos acirrados. Nesta conferência, no entanto, não houve apoio para esses planos, nem mesmo da Jordânia.
  7. A Alemanha recebeu reconhecimento público por seu empenho. Até agora, o país forneceu asilo a 70 mil refugiados sírios, mais do que qualquer outro Estado da Europa.
  8. Esse reconhecimento público intensifica a pressão sobre os demais países da União Europeia. A discussão sobre contingentes de refugiados se reacende; talvez sejam finalmente liberadas as verbas para ajuda emergencial que já estavam disponíveis.
  9. Em termos de auxílio financeiro, a Alemanha também está à frente, tendo prometido 500 milhões de euros adicionais para os próximos três anos. Os investimentos irão para a infraestrutura, como hospitais ou abastecimento, e para a educação infantil. Tomara que esse exemplo faça escola.
  10. Os participantes não têm uma solução e o admitem. Os compromissos assumidos nesta conferência são, ao mesmo tempo, a admissão de que o derramamento de sangue na Síria continuará. Esse é um sinal de honestidade: luta-se por uma solução política, mas ela não está à vista.