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Proibir sacolas plásticas é um pequeno passo em tempos duros

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Jens Thurau
13 de agosto de 2019

A ministra alemã do Meio Ambiente anunciou a intenção de banir sacolas plásticas. Isso é ótimo, mas é preciso lembrar que a política ambiental e climática tem desafios ainda maiores pela frente, opina Jens Thurau.

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Pernas de homem que carrega duas sacolas plásticas vermelhas
Foto: picture-alliance/dpa/S. Gollnow

Será que existe alguém que seja contra o banimento de sacolas de plástico? Devem ser bem poucos. Nesse sentido, a ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze, não encontrará grande resistência a seu engajamento pela proibição.

No passado tentou-se enfrentar o problema com restrições voluntárias por parte das cadeias de supermercados, com muito sucesso. Mas como agora anda muito na moda marcar pontos na política ambiental e climática com medidas enérgicas, a ministra não quer ficar para escanteio.

Repetindo: não é nada contra a proibição. Mas é preciso saber que as sacolas são responsáveis por apenas uma pequena parcela do lixo plástico alemão. E a União Europeia já aprovou muitas medidas contra as montanhas de lixo plástico, que a Alemanha implementa obedientemente. Na proibição das sacolas plásticas, ela está bem atrasada. Há muito tempo, diversos países da África e da Ásia já tomaram a dianteira.

No entanto, algo se move na Alemanha em relação à política do meio ambiente e do clima. Ainda em setembro (espera-se) deverá ser finalmente estipulado quais iniciativas decisivas serão tomadas na luta contra os gases de efeito estufa. Deverá haver algum tipo de taxa de CO2.

Simplificando, pode-se dizer que a linha divisória corre entre os velhos mecanismos dos conservadores (criar incentivos para procedimentos mais ecológicos) e uma política mais agressiva, que considere também proibições, como a atual. E de repente são possíveis coisas até há pouco tempo impensáveis: o presidente da União Social Cristã (CSU), Markus Söder, propõe tornar os bilhetes de trem inteiramente livres de impostos.

O dilema da política ambiental e climática global é que muitos problemas fundamentais, como os gases de efeito estufa ou o plástico, só podem ser resolvidos em nível internacional. Os políticos sentem a pressão de uma juventude insurgente que afirma, com razão, que a geração dos pais negou os problemas por tempo demais.

Os efeitos se fazem sentir fortemente em todos os campos: os mares se afogam em plástico; especialistas estimam que em 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. A mudança climática se abate de forma cada vez mais implacável, há muito se fazendo sentir no rico Ocidente, e não só na África.

No entanto, a ocasião não poderia ser pior para encontrar soluções a todos esses problemas. Cada vez mais Estados são liderados por governos nacionalistas, populistas de direita, que têm um ponto em comum, entre outros: para esses políticos, os problemas ambientais são temas de luxo das velhas e odiadas elites, não precisando, em absoluto, ser levados a sério – veja-se a Itália, Brasil, os Estados Unidos.

Tudo depende de que forças se imporão: se os democratas, que afirmam que está mais do que na hora de encarar os problemas dos quais eles reclamam há anos, deixando claro que as soluções afetam a todos – economia, política, cidadãos; ou se os outros, empenhados na destruição das ordens estabelecidas e aparentemente se divertindo em incendiar o mundo de vez ou soterrá-lo de lixo. A juventude parece antes apostar no primeiro grupo. E já alcançou algumas vitórias, pelo menos por enquanto e na Alemanha.

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