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Sucessão russa

16 de fevereiro de 2007

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, promoveu o ministro da Defesa, Sergei Ivanov, ao cargo de primeiro vice-chefe de governo. A medida não é uma pré-decisão na corrida presidencial russa, avalia Ingo Mannteufel.

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A nomeação do ministro russo da Defesa, Sergei Ivanov, para o cargo de primeiro vice-chefe de governo não o favorece na corrida à sucessão do presidente Vladimir Putin em 2008, ainda que alguns meios de comunicação tenham dado esta conotação à decisão anunciada nesta quinta-feira (15/02).

Segundo a Constituição russa, Putin não pode mais se candidatar à reeleição e seu confidente Sergei Ivanov já é cotado há algum tempo como candidato à sucessão presidencial. Mas quem interpreta imediatamente a promoção de Ivanov como ascensão política não entendeu as sutilezas do sistema de poder russo.

Ingo Mannteufel Kommentar
Ingo Mannteufel

Ivanov, ministro da Defesa desde 2001, já era um dos três "substitutos do chefe de governo" desde 2005. A promoção a "primeiro vice-chefe de governo" não pode ser vista como ampliação de seu poder, visto que um outro candidato presidencial em potencial, Dmitri Medvedev, já é "primeiro vice-chefe de governo" há algum tempo e foi mantido nessa posição. Formalmente, Ivanov ficou em igualdade com Medvedev, mas bem mais grave é o fato de ele ter perdido o posto de ministro da Defesa.

Além disso, as atribuições de Ivanov só foram ampliadas de forma marginal com a aparente promoção. Ele já era o responsável pela coordenação do complexo militar-industrial. Agora, segundo um comunicado de Putin à imprensa, sua esfera de responsabilidade será ampliada para o setor civil da economia. Isso não é muito ganho de poder em comparação com a perda do cargo de ministro da Defesa. Também a atenção da opinião pública para Ivanov pode diminuir.

Maior interesse passarão a despertar o novo ministro da Defesa, Anatoli Serdiukov, ex-chefe da Receita Federal, e Sergei Narichkin, desde esta quinta-feira igualmente "vice-chefe de governo" – o quarto suplente do premiê Michail Fradkov. Com 43 anos de idade, ele pertence a uma geração mais nova do que Ivanov e Putin.

Com a demissão do cargo de ministro da Defesa e a nomeação para segundo "primeiro suplente do primeiro-ministro", em todo o caso, as chances de Ivanov para a sucessão do presidente russo antes diminuíram do que aumentaram. (gh)

Ingo Mannteufel é chefe da redação russa de DW-WORLD.DE.