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Missão alemã na Finul

(rw)28 de outubro de 2006

Governo é acusado de ter enganado parlamentares para aprovação da missão alemã na Finul. Ministro da Defesa e chanceler federal garantem "cooperação efetiva" com libaneses.

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Navios alemães vigiam a costa do Líbano para impedir o contrabando de armasFoto: picture-alliance/dpa

A oposição acusa o ministro alemão da Defesa, Franz Josef Jung, de alterar o mandato da missão alemã no Líbano após sua aprovação no Parlamento. A Alemanha comanda a missão marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul). Desde o início dos debates sobre a participação alemã na missão, o governo esforçou-se por um "mandato robusto das Nações Unidas" para justificar o envio de soldados armados para uma região tão próxima a Israel.

Bundesverteidigungsminister Franz Josef Jung
Jung: campo de ação da Marinha alemã é limitadoFoto: AP

Jung admitiu nesta sexta-feira (27/10) que o campo de ação da Marinha alemã na costa libanesa é limitado. Segundo ele, a frota da Finul só pode ultrapassar a zona de seis milhas marítimas da costa se estiver perseguindo outro navio ou se houver "suspeita concreta" de contrabando de armas para a organização extremista Hisbolá. Caso contrário, um navio só pode entrar nesta área se houver um pedido de Beirute, acrescentou.

Em entrevista coletiva no dia 13 de setembro, a chanceler federal Angela Merkel e Jung haviam assegurado que não haveria limitações no mandato alemão. Nesta sexta-feira (27/10), o ministro assinalou que estava claro que os detalhes do mandato aprovado em setembro seriam definidos apenas quando os soldados estivessem em ação.

A Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) "não é força de ocupação e por isso age em comum acordo com o Exército libanês", justificou Jung. Merkel defendeu o ministro, ao garantir que o mandato da Bundeswehr no Líbano é "efetivo e ao mesmo tempo de cooperação".

Regulamentação posterior à aprovação do mandato

O especialista em política de defesa da bancada social-democrata, Rainer Arnold, confirmou que foram feitas mudanças posteriores à aprovação do mandato no Parlamento. Segundo ele, quando o mandato foi aprovado pelo Bundestag, ainda não havia sido definida uma regulamentação entre o Líbano e Nações Unidas.

Estas negociações só seriam encerradas em 12 de outubro. O Bundestag, no entanto, havia aprovado o envio de até 2400 soldados ao Líbano já em 20 de setembro. A partir disso, a oposição acusa o governo de ter enganado o Parlamento.

O presidente da Associação das Forças Armadas alemãs, Bernhard Gertz, concorda com a oposição e considera a limitação do mandato "inaceitável". Gertz exige que o governo alemão pressione as Nações Unidas para a definição de um novo mandato. Segundo ele, o objetivo da missão é evitar o contrabando de armas a partir do mar e "isso não pode ser garantido se as tropas dependem de Beirute".