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Oposição vence com ampla margem em Mianmar

9 de novembro de 2015

Partido da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi comemora conquista de mais de 70% dos assentos do Parlamento. Governistas admitem derrota. Eleição, realizada no domingo, foi a primeira livre no país em 25 anos.

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Foto: Reuters/J. Silva

A Liga Nacional pela Democracia (LND), o maior partido da oposição de Mianmar, liderado pela vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, reivindicou nesta segunda-feira (09/11) vitória nas eleições legislativas realizadas no domingo, com a conquista de "mais de 70% dos assentos" do Parlamento.

A avaliação, divulgada por um porta-voz do partido, é baseada em resultados preliminares, que indicam uma grande vitória da LND, assegurando que a legenda obteve cerca de 50% a 80% por cento dos votos em todo o país.

Suu Kyi se mostrou confiante, mas apelou para que seus partidários tenham paciência, considerando ser prematuro celebrar vitória. "É muito cedo para parabenizar os candidatos da LND", afirmou, em discurso da varanda da sede de seu partido, em Rangum. "Mas acho que vocês têm uma ideia do resultado, mesmo que eu não o diga", acrescentou com um sorriso.

A Nobel da Paz, que foi mantida em prisão domiciliar pela junta militar durante quase 15 anos, não pode se candidatar à presidência de Mianmar, devido a uma disposição na Constituição aprovada pelos militares, que veta ao cargo pessoas com familiares estrangeiros. Os filhos de Suu Kyi têm passaporte britânico.

As eleições de domingo foram as primeiras livres dos últimos 25 anos no país. Nas legislativas de maio de 1990, a LND tinha conquistado mais de 80% dos assentos, mas os militares no poder rejeitaram os resultados. Em 2010 os militares voltaram a convocar legislativas, mas a LND boicotou o escrutínio e foi dissolvida.

Mais de 90 partidos participaram nas eleições deste domingo, mas é a batalha entre a LND e o USDP que atrai maior atenção. O USDP é composto por membros da antiga junta governista, que deixou o cargo em 2011 para dar lugar a um governo civil.

Três quartos dos assentos estão em disputa, enquanto o quarto restante é reservado aos militares. A votação é uma ocasião importante para os 30 milhões de eleitores, já que muitos participam de uma eleição pela primeira vez.

Uma equipe da UE liderada pelo presidente do vice-presidente do Parlamento Europeu Alexander Lambsdorff, tem monitorado as eleições, para constatar a ocorrência de irregularidades.

MD/afp/dpa/ap/rtr/lusa