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EHEC

3 de junho de 2011

Número de infecções continua aumentando, embora com menor rapidez. Há ao menos 18 mortes constatadas e quase 2 mil infecções na Alemanha. Outros 11 países já registram a doença.

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EHEC: origerm permanece desconhecidaFoto: dapd

Depois que o governo alemão desmentiu que pepinos vindos da Espanha sejam responsáveis pela propagação da bactéria EHEC, a população do país vive dias de incerteza. A causa da doença continua um mistério e, enquanto isso, foram registradas as mortes de pelo menos 18 pessoas em consequência da enfermidade.

Um 19° óbito de um paciente infectado ainda não teve a causa esclarecida. A Alemanha contabiliza, ainda, quase 2 mil pacientes contaminados ou com suspeitas de infecção. Deles, mais de 500 apresentam a perigosa síndrome hemolítico-urêmica (HUS), caracterizada por diarreia hemorrágica e risco de falência dos rins.

O número de infecções continua aumentando, embora com menor rapidez. Especialistas avaliam que o surto passa por uma tendência de queda, com um número de novas infecções menor que nos dias anteriores, embora a situação ainda seja grave. "Estamos lidando, de fato, com o pior surto já provocado por uma bactéria nas últimas décadas", classificou Reinhard Brunkhorst, presidente da Sociedade Alemã de Nefrologia.

"Espero que a tendência se confirme e que realmente ocorram menos novas infecções", complementou. Há, ainda, doentes confirmados em 10 outros países europeus e nos EUA. Quase todos os casos atingem pessoas que vivem ou estiveram na Alemanha. Houve uma morte confirmada na Suécia.

Origem ainda é uma incógnita

Os especialistas ainda não sabem quais alimentos são a causa da contaminação, embora continuem aconselhando os cidadãos a não comerem alface, tomates e pepinos crus. Uma sondagem realizada entre os doentes pelo Instituto Robert Koch detectou que 95% dos pacientes infectados comeram pelo menos um desses três tipos de hortaliça. Normalmente, entretanto, esse tipo de bactéria é transmitido através de carne ou leite crus. Mas as autoridades descartaram que o surto tenha origem nesses tipos de alimentos.

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Putin: "não vamos envenenar nosso povo"Foto: AP

Instituição federal alemã especializada em doenças infecciosas e responsável pelo combate ao germe agressivo, o Instituto Robert Koch foi criticado pela administração da crise. Um diretor do Hospital Universitário Charité, uma respeitada entidade berlinense, acusou o instituto de ter demorado a reagir ao surto.

Dúvidas sobre transmissão por legumes

Um laboratório que faz parte do Instituto Superior de Saúde (ISS) da Itália e considerado referência na União Europeia, afirmou não acreditar que legumes crus sejam fonte do problema, após realizar testes com vegetais sob suspeita de contaminação. "O alarmismo em relação ao consumo de legumes não se justifica", declarou a instituição científica sediada em Roma.

Já uma especialista da Organização Mundial da Saúde sugeriu que a causa da transmissão das bactérias possa ser algum alimento preferido por mulheres, devido ao alto número de doentes do sexo feminino. "É provavelmente algo que as mulheres preferem mais do que os homens", disse Andrea Ellis, epidemiologista do departamento de Segurança Alimentar da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra.

Ela também observou que existe a possibilidade de a bactéria estar sendo transmitida através do contato interpessoal. "Contaminação de pessoa para pessoa pode ocorrer se não houver higiene suficiente", observou. Por isso, é tão importante sempre lavar as mãos, recomendou.

Ehec in Europa
Hortaliças cruas continuam sob suspeitaFoto: dapd

"Bactéria é mais agressiva do que se pensava

De acordo com biólogos do Hospital da Universidade de Schleswig-Holstein (UKSH) a bactéria EHEC, resistente a vários tipos de antibióticos, é mais agressiva do que se pensava. Segundo eles, ela é uma combinação de uma variação da bactéria Escherichia coli que causa infecções intestinais hemorrágicas na África Central e a EHEC já conhecida anteriormente na Europa. "Nesse caso, são dois germes mortais combinados", disse o diretor do departamento de medicina interna da instituição, Stefan Schreiber.

As dúvidas com relação à origem do surto levaram países como Rússia e Líbano a impedirem a entrada de vegetais da União Europeia, medidas criticadas pelos europeus. O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, defendeu a proibição russa para a importação de legumes da União Europeia. "Não vamos envenenar o nosso povo", disse Putin.

Rússia e Líbano vetam legumes europeus

Ele afirmou que a medida é necessária para proteger o povo, enquanto a causa do surto de EHEC ainda não é esclarecida. Putin rejeitou as acusações da União Europeia de que a medida é desproporcional. A Rússia que havia determinado na segunda-feira a proibição de importação de legumes da Espanha e da Alemanha, ampliou a restrição para hortaliças de toda a União Europeia. O país obtém entre 30% e 40% de suas frutas e legumes da UE.

Agricultores espanhóis ameaçam pedir indenização às autoridades alemãs, por terem acusado num primeiro momento os pepinos vindos da Espanha

MD/dpa/ap/afp/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer