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Países europeus apoiam em peso Guaidó

4 de fevereiro de 2019

Vários governos, incluindo os de França, Reino Unido e Alemanha, anunciam reconhecimento do líder da Assembleia como presidente encarregado venezuelano. Rússia denuncia interferência em assuntos internos.

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Juan Guaidó durante comício em Caracas
Europeus esperam que Guaidó convoque eleições na VenezuelaFoto: picture-alliance/dpa/sincepto/R. Hernandez

Vários países europeus, entre eles França, Espanha, Alemanha e Reino Unido, anunciaram nesta segunda-feira (04/02) que reconhecem o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino do país, encarregado de convocar novas eleições.

"Consideramos que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, cuja legitimidade está perfeitamente reconhecida, está habilitado para convocar eleições presidenciais", indicou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, em entrevista à emissora France Inter.

"Nicolás Maduro não organizou eleições presidenciais no prazo de oito dias que nós fixámos. Por isso, o Reino Unido e os seus aliados reconhecem a partir de agora @jguaido como presidente constitucional interino até que possam ser organizadas eleições credíveis", escreveu o ministro do Exterior britânico, Jeremy Hunt, no Twitter.

Holanda, Portugal, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Áustria e Bélgica, além dos Estados bálticos Letônia e Lituânia, também declararam apoio a Guaidó. O reconhecimento é uma articulação diplomática independente dos países, uma vez que não foi alcançado um consenso no âmbito da União Europeia para uma resposta conjunta à crise venezuelana.

O governo em Estocolmo pediu uma solução política e pacífica para a crise no país. "Nesta situação, apoiamos e consideramos Guaidó como o presidente interino legítimo", disse a ministra do Exterior, Margot Wallström, à televisão pública SVT. 

O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que reconhece oficialmente Guaidó como presidente encarregado da Venezuela e disse que pretende promover, dentro da União Europeia e das Nações Unidas, um plano de ajuda humanitária para o país, que enfrenta uma grave situação econômica.

Já a Rússia anunciou que rechaça o ultimato dado pelos países europeus a Nicolás Maduro, para que convoque eleições, e afirmou que o reconhecimento de Guaidó é intromissão em assuntos internos. A Rússia afirmou que apoia a iniciativa de mediação de México e Uruguai para solucionar a crise na Venezuela.

O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, criticou a postura dos europeus e a proposta de criação de um grupo de contato, feita pela União Europeia, para mediar a crise. "Lamentavelmente, desde a Europa e não desde a América Latina se impõe agora um formato de mediação internacional."

Ele disse que nem a Rússia nem os Estados Unidos ou a China foram incluídos no grupo proposto pelos europeus e que não conhece os critérios da escolha dos integrantes do grupo, composto por de oito a dez países europeus e o mesmo número de latino-americanos.

No sábado, manifestações da oposição e pró-regime levaram dezenas de milhares de pessoas às ruas de Caracas. Maduro chegou a sugerir que convocaria uma eleição parlamentar antecipada, enquanto Guaidó anunciou a instalação de centros de coletas nos países vizinhos Colômbia e Brasil para mantimentos e remédios enviados para venezuelanos atingidos pelas sanções.

Críticos ao governo acusam Maduro de destruir a economia da Venezuela, que já foi impulsionada pelo setor energético, e de atropelar as instituições democráticas. Guaidó, que no mês passado se autoproclamou presidente interino e pediu a realização de uma nova eleição presidencial, tem pouco controle sobre as instituições do Estado e o aparato governamental.

No fim de semana, Maduro rechaçou um ultimato dos países da UE classificando-o de um "descaramento". Ele disse aos participantes de uma manifestação pró-governo que é "o verdadeiro presidente da Venezuela".

Guaidó já conta com amplo reconhecimento internacional. Além dos países europeus, também declararam apoio a ele como presidente interino Estados Unidos, Canadá, Brasil e outros 11 países latino-americanos.

AS/efe/lusa/afp

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