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Pais apelam menos para as palmadas

lk5 de setembro de 2002

Nunca foi aplicada tão pouca violência na educação dos filhos na Alemanha como nos dias de hoje, afirma estudo realizado junto a famílias, crianças, jovens e entidades assistenciais.

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Famílias buscam formas mais amenas de castigoFoto: Bilderbox

É cada vez menor na Alemanha o número de pais que espancam os filhos. A educação na família baseia-se mais na parceria, companheirismo e métodos brandos de castigo, como a proibição de assistir à TV, de sair de casa ou o corte na mesada. Este é o resultado de um estudo representativo realizado por incumbência dos ministérios da Justiça e da Família e apresentado em Berlim na quarta-feira (04).

A cota de pais que ainda aplicam umas "belas bofetadas" reduziu-se à metade em cinco anos, caindo de 20% em 1996 a menos de 10% em 2001. A dos que apelam para umas "boas palmadas no traseiro" diminuiu de 33% para 26%. Já a um "tapinha de vez em quando" recorrem ainda mais da metade dos pais.

"Os números são uma comprovação impressionante de que a violência está fora de moda", segundo Christine Bergmann, titular da pasta da Família e Juventude. Quatro entre cinco pais que batem nos filhos afirmaram querer renunciar a esse recurso no futuro. E mais de 50% admitem que só recorrem às palmadas por não saber o que fazer, e não por convicção.

Responsabilidade pública

Bergmann e sua colega da pasta da Justiça, Herta Däubler-Gmelin, atribuem a mudança de comportamento, e também de conscientização, a uma lei introduzida pelo atual governo em novembro de 2000, segundo a qual as crianças "têm direito a uma educação isenta de violência". "Castigos físicos, ofensas morais e outras medidas humilhantes" passaram a ser consideradas, desde então, "ilícitas".

Para complementar a nova legislação, o governo lançou a campanha intitulada "Mais Respeito pelas Crianças", que proporcionou a 20 mil mães e pais a participação em cursos e palestras sobre o assunto.

Educação não é apenas tarefa dos pais e educadores, mas uma responsabilidade da sociedade como um todo, acentuaram as políticas. O debate acerca da violência na família é importante porque é justamente nesse ambiente que as crianças fazem suas primeiras experiências com a violência. E quem cresce em meio à violência está predisposto a praticar por sua vez a violência, num círculo vicioso prejudicial a toda a sociedade.

Na pesquisa, foram entrevistados 3 mil pais, 200 crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos e mais de 1000 entidades de assistência e aconselhamento.