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"Pais" do Plano Real divulgam nota em apoio a Lula

6 de outubro de 2022

Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida declararam que votarão no petista no segundo turno contra Jair Bolsonaro.

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Lula faz sinal de "joinha" com a mão
Lula teve mais de 48% dos votos válidos no primeiro turnoFoto: Miguel Schincariol/AFP

Em nota conjunta divulgada nesta quinta-feira (06/10), os economistas Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida declararam apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Votaremos em Lula no 2º turno; nossa expectativa é de condução responsável da economia", diz a nota.

Bacha, Malan e Arida são considerados "pais" do Plano Real, que em 1994 pôs fim à hiperinflação no Brasil. Armínio e Persio já haviam declarado voto em Lula no decorrer da semana. Também considerado um dos "pais" do Plano Real, o economista André Lara Resende anunciara apoio a Lula ainda na campanha eleitoral do primeiro turno. Após a nota desta quinta-feira, a bolsa de valores brasileira reagiu positivamente.

Os quatro economistas que assinam a nota atuaram em momentos distintos dos governos dos ex-presidentes Itamar Franco (MDB) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que também declarou voto em Lula nesta quarta-feira.

Otimismo com política ambiental

Fraga foi presidente do Banco Central de 1999 a 2022, durante o segundo mandato de FHC, e vem se posicionando criticamente à gestão de Bolsonaro – ele chegou a participar da leitura de duas cartas em defesa da democracia na Universidade de São Paulo, em agosto.

"O mais importante para o Brasil hoje é aprimorar a política, garantindo o mais básico, a democracia", disse Fraga em entrevista à Folha de S.Paulo há dois dias. Em entrevista recente ao jornal O Globo, ele se disse otimista com as possíveis políticas ambientais de Lula.

"Será um governo que terá uma base mais ao centro, vai enfrentar as imposições da realidade externa e doméstica. Mas um lado positivo da atual situação é que, se Lula implementar uma boa agenda ambiental, como eu acho que ele vai implementar, haverá uma atração de capitais externos muito grande."

Arida foi presidente do Banco Central de 1993 a 1995 e do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) em 1995. Também à Folha de S.Paulo, ele disse que "não existe justificativa" para a permanência de Bolsonaro no poder.

Malan foi ministro da Fazenda nos dois mandatos de FHC, de 1995 a 2002, e presidente do Banco Central durante o governo de Itamar Franco, de 1993 a 1995. Bacha fez parte da equipe econômica que instituiu o Plano Real, durante o governo Itamar Franco. 

Outros apoiadores

Na quarta-feira, a terceira colocada na corrida ao Planalto, Simone Tebet (MDB) declarou voto em Lula. Na terça-feira, o candidato pedetista derrotado em primeiro turnoCiro Gomes, e seu partido anunciaram apoio a Lula. O PDT afirmou que o petista é a alternativa mais próxima de si mesmo. Já Ciro disse, em vídeo, que é a "única saída".

Por outro lado, Bolsonaro conta com o apoio de governadores de grandes colégios eleitorais: Rodrigo Garcia (PSDB- SP), Romeo Zema (Novo-MG) e Cláudio Castro (PL-RJ).

Pouco antes do pleito de domingo, um grupo de 38 economistas ligados a instituições de ensino do Brasil e do exterior divulgou uma carta em defesa do voto útil em Lula.

le/av (ots)