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Religião

Papa autoriza auditores externos no Banco do Vaticano

10 de agosto de 2019

Instituição financeira da Santa Sé tem sido acusada de corrupção e lavagem de dinheiro. Novos estatutos anunciados por Francisco alteram estrutura do banco e permitem auditoria por pessoa física ou jurídica designada.

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Prédio que abriga Instituto para Obras de Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano
Prédio que abriga Instituto para Obras de Religião (IOR), mais conhecido como Banco do VaticanoFoto: AP

O papa Francisco renovou os estatutos do Instituto para Obras de Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano, introduzindo a figura de um auditor externo de contas, dentro das normas internacionais, informou a Santa Sé neste sábado (10/08).

O órgão, instituído em 1942 por Pio 12, garante a custódia e a administração dos bens imóveis transferidos e doados ao IOR por pessoas físicas e jurídicas, destinados a obras de caridade, além de administrar contas bancárias de funcionários e autoridades do Vaticano.

No passado, ele enfrentou acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. Seus clientes incluem instituições católicas, funcionários do Vaticano e embaixadores da Santa Sé, entre outros.

Numa disposição, o papa renovou por dois anos os estatutos do IOR, aprovados em 1990 por João Paulo 2º. Entre as principais novidades está a implantação da figura de um auditor externo, que poderá ser uma pessoa física ou jurídica, eliminando os três auditores internos, cujos cargos eram renováveis.

O novo auditor estará apto a solicitar da instituição financeira qualquer informação potencialmente útil para suas atividades de supervisão, além de conferir se os balancetes do banco estão conformes com os padrões internacionais.

Com a renovação dos estatutos, os órgãos do IOR terão quatro órgãos: a Comissão de Cardeais, composta por cinco prelados designados por Francisco; o Conselho de Superintendência, que passa de cinco para sete integrantes; o Prelado; e o Conselho de Administração, com a figura de um diretor-geral.

O responsável por este último pode ser nomeado por cinco anos, com uma única renovação, ou ter mandato sem prazo definido, porém a idade máxima para o cargo é de 70 anos.

A Comissão de Cardeais será responsável por nomear os auditores, que atuarão pelo período de três exercícios financeiros consecutivos, em mandato a ser renovado apenas uma vez.

Desde que assumiu, em 2013, Francisco tem condenado severamente as atividades financeiras ilícitas. A partir daquele ano, o Banco do Vaticano divulga anualmente seus balanços. Em junho ele publicou os resultados econômicos de 2018, apontando um lucro de 17,5 milhões de euros (R$ 77,2 milhões), uma queda de 45% em relação aos 12 meses anteriores.

AV/dpa,efe

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