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ReligiãoVaticano

Papa pede distribuição de vacinas para países pobres

4 de abril de 2021

Em missa de Páscoa celebrada sem fiéis por causa da pandemia, Francisco presta homenagem a médicos e lamenta persistência de conflitos armados. "Que o Senhor, nossa paz, nos ajude a vencer a mentalidade da guerra."

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Papa celebra missa de Páscoa
Assim como havia ocorrido em 2020, missa de Páscoa não contou com presença de fiéis no VaticanoFoto: Filippo Monteforte/REUTERS

O papa Francisco celebrou, neste domingo (04/04), a tradicional missa de Páscoa com a benção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo) sem a presença de fiéis na Basílica de São Pedro, devido à pandemia de covid-19, assim como havia ocorrido em 2020.

Em transmissão pela internet, o pontífice pediu que as vacinas contra a covid-19 sejam compartilhadas com as nações pobres.

"No espírito de um 'internacionalismo das vacinas', convoco toda a comunidade internacional ao compromisso de superar as desigualdades na distribuição [das doses] e de promover a partilha, especialmente às nações mais pobres", afirmou o pontífice, durante a celebração mais importante do calendário cristão, que marca a ressureição de Jesus no terceiro dia após sua crucificação.

Francisco também prestou homenagem aos profissionais de saúde que vêm atuando para salvar pacientes com covid-19 neste domingo de Páscoa. "Que o Senhor lhes reconforte e apoie os esforços dos médicos e enfermeiros", disse o papa, estendendo a bênção aos doentes e àqueles que perderam parentes e amigos para a covid-19.

O papa ainda afirmou que a pandemia aumentou de maneira dramática o número dos pobres e exortou que os governos providenciem "ajuda necessária para uma subsistência suficiente às famílias mais necessitadas" neste período de pandemia.

Ele também demonstrou preocupação com as crianças e jovens privados de escola. "Nós todos precisamos viver relações humanas reais e não apenas virtuais, particularmente na idade em que se formam o caráter e a personalidade", afirmou.

Conflitos armados e refugiados

Francisco lembrou ainda os conflitos armados que seguem em curso no mundo, apesar da covid-19. Ele citou Mianmar, Síria, Iêmen e Ucrânia, entre outros países.

"A pandemia está ainda em pleno desenvolvimento; a crise social e econômica é muito pesada, especialmente para os mais pobres; apesar disso – e é escandaloso –, não cessam os conflitos armados e reforçam-se os arsenais militares", disse o pontífice.

"No mundo, há ainda demasiadas guerras, demasiada violência", clamou o Papa. "Como um mundo sem esses instrumentos de morte seria melhor. Que o Senhor, nossa paz, nos ajude a vencer a mentalidade da guerra."

A mensagem pascal também foi dirigida aos migrantes que fogem da guerra e da miséria. Francisco agradeceu os países que acolhem refugiados, como Jordânia e Líbano.

Ele ainda desejou que o poder do diálogo seja redescoberto para encontrar uma solução que traga paz e prosperidade entre palestinos e israelenses. "A Ressurreição leva-nos, naturalmente, a Jerusalém. Para ela imploramos do Senhor paz e segurança", disse Francisco.

A fala final do papa abordou a esperança: "À luz do Ressuscitado, os nossos sofrimentos são transfigurados. Onde havia morte, agora há vida; onde havia luto, agora há consolação. Ao abraçar a Cruz, Jesus deu sentido aos nossos sofrimentos. Feliz Páscoa para todos!"

Na benção da Páscoa de 2020, o pontífice havia pedido a união entre os povos para enfrentar a pandemia de coronavírus: "Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas", disse Francisco na ocasião.

jps (Vatican News, ots, RFI)