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Especialistas recomendam testes em massa na Alemanha

27 de março de 2020

Objetivo seria evitar disseminação descontrolada do coronavírus por meses, com muitas mortes e consequências de longo prazo para a economia e a sociedade, segundo documento confidencial do Ministério do Interior.

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Fila diante de centro de diagnósticos para covid-19 em Frankfurt, em 18 de março
Fila diante de centro de diagnósticos para covid-19 em Frankfurt, em 18 de março Foto: Reuters/K. Pfaffenbach

Num documento estratégico confidencial do Ministério do Interior da Alemanha, especialistas recomendam que o governo adote um procedimento "eficiente de testes e isolamento" no âmbito da pandemia do coronavírus Sars-Cov-2.

O documento, intitulado "Como conseguiremos controlar a covid-19", foi encomendado pelo chefe da pasta, Horst Seehofer, no dia 18/03, e encaminhado à chanceler federal alemã, Angela Merkel, e aos ministérios da Defesa e da Saúde. O jornal Süddeutsche Zeitung e as emissoras alemãs WDR e NDR tiveram acesso ao texto.

A ideia, segundo os especialistas é evitar um cenário de disseminação descontrolada por meses, com muitas mortes e consequências de longo prazo para a economia e a sociedade.

Para que a Alemanha não chegue a esse ponto, especialistas de universidades alemãs e do exterior, assim como do Instituto Robert Koch (RKI), a agência alemã de controle e prevenção de doenças, sugerem um primeiro momento de isolamento social e fechamento de escolas e creches, com duração prevista de seis semanas, para reduzir a propagação – o que já está sendo feito no país.

A segunda fase controlaria a pandemia com um aumento expressivo no número de testes e a abertura gradual de instituições de ensino, além de controle dos contatos (também com o uso de dados de celular) e isolamento.

Os autores do estudo se inspiraram na estratégia adotada na Coreia do Sul, que realizou testes em massa e isolou os doentes sem restringir drasticamente a vida pública. As medidas resultaram na contenção da propagação do vírus no país asiático.

Diante desse cenário, os especialistas dizem que é preciso aumentar rapidamente as capacidades de testes de coronavírus na Alemanha. A medida mais urgente é "testar e isolar as pessoas infectadas", diz o texto. Atualmente, o país realiza entre 300 mil e 500 mil testes por semana, e os autores pedem que a realização seja aumentada para 200 mil por dia.

Os autores também dizem que é preciso testar "tanto pessoas que suspeitem estar infectadas quanto todo o círculo de contatos das pessoas cujo resultado foi positivo". O procedimento não corresponde ao seguido na Alemanha atualmente, segundo o qual apenas as pessoas que apresentam sintomas devem ser testadas, além daquelas que tiveram contato com pessoas infectadas ou que façam parte dos chamados grupos de risco da doença.

Merkel, por exemplo, se submeteu a testes do coronavírus após ter sido examinada por um médico posteriormente diagnosticadocom covid-19.

A diretora da Associação Federal dos Médicos do Serviço Público de Saúde, Ute Teichert, disse ao portal t-online que não é possível realizar testes em massa no país. "Não temos capacidades suficientes nos laboratórios e muito pouco pessoal", afirmou.

RK/rtr/ots

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