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Parlamento alemão aprova emprego de rabinos na Bundeswehr

29 de maio de 2020

Pela primeira vez em 100 anos, militares judeus poderão dispor de assistência religiosa nas Forças Armadas alemãs. Medida, segundo governo, é um "gesto contra o extremismo de direita e o antissemitismo" na corporação.

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Três soldados armados e com roupas de camuflagem e carro blindado ao fundo
Membros da Bundeswehr poderão contar com apoio espiritual de rabinosFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

O Parlamento alemão aprovou nesta quinta-feira (28/05), por ampla maioria, o emprego de rabinos para dar apoio espiritual a soldados judeus nas Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr), que contará com este serviço pela primeira vez em 100 anos.

A meta da lei, cuja implementação custará 4,67 milhões de euros anuais (mais de 28 milhões de reais), segundo estimativas do governo, é garantir o direito dos soldados judeus ao livre exercício de sua fé e a um apoio espiritual dentro das Forças Armadas, que até o momento só oferecia esse tipo de serviço a soldados católicos e protestantes.

Os últimos registros de emprego de rabinos como capelães militares pelas Forças Armadas alemãs datam da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando cerca de 100 mil soldados judeus serviram no antigo Exército Imperial. A tradição foi interrompida com a ascensão do nazismo.

Os capelães militares normalmente prestam assistência religiosa aos membros de uma corporação militar e ainda servem de conselheiros em questões éticas ao longo do treinamento ou de missões militares.

Padre ou pastor durante serviço religioso entre homens de roupa militar de camuflagem
Assistência religiosa de militares alemães vinha sendo feita por capelães católicos e protestantesFoto: Imago Images/epd

O anúncio de que as forças militares da Alemanha vão voltar a empregar rabinos foi feito em dezembro passado pela ministra da Defesa do país, Annegret Kramp-Karrenbauer. Na ocasião, foi assinado um contrato de cooperação entre o governo alemão e o Conselho Central dos Judeus na Alemanha. A ministra qualificou a contratação de rabinos como um gesto contra o extremismo de direita e o antissemitismo na Bundeswehr.

Autoridades de informação alemãs informaram em março terem registrado 743 casos suspeitos de extremismo entre as Forças Armadas em 2019, entre eles 592 relacionados ao extremismo de direita.

Kramp-Karrenbauer também expressou a intenção de ampliar o benefício para os soldados de confissão muçulmana. Mas a questão esbarra na falta de um conselho central que represente a comunidade islâmica na Alemanha e que possa indicar os candidatos a capelão e fechar contratos de cooperação com a Bundeswehr.

Segundo dados de 2019, entre os 180 mil efetivos que compõem as Forças Armadas do país, há 94 mil cristãos, que contam com a assistência de 180 capelães militares, assim como 3 mil soldados muçulmanos e cerca de 300 judeus.

MD/efe/dpa

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