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Eleições na Polônia

7 de outubro de 2011

Segundo pesquisa, a Plataforma Cívica, legenda do premiê polonês, Donald Tusk, deverá obter maioria dos votos. Conservadores do Partido Lei e Justiça, liderados por Jaroslaw Kaczynski, devem formar segunda maior bancada.

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Partido de Tusk (c) deve ser vencedor na corrida eleitoral
Partido de Tusk (c) deve ser vencedor na corrida eleitoralFoto: picture-alliance/dpa

O partido liberal Plataforma Cívica (PO), do atual primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, deve alcançar no próximo domingo um resultado até agora inédito na política do país, após o fim do regime comunista: manter-se no poder para uma segunda legislatura.

As últimas pesquisas de opinião apontam que o partido liberal pró-europeu deve se manter como a maior força no Parlamento da Polônia, seguido pelo nacional-conservador "Lei e Justiça" (PiS), do ex-premiê Jaroslaw Kaczynski.

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (07/10) pelo jornal Gazeta Wyborcza revela que o PO tem 39,5% das intenções de voto e o PiS, 29,1%. Serão escolhidos 460 deputados e 100 senadores para o Parlamento em Varsóvia.

As sondagens mostram ainda que o novo partido do milionário excêntrico Janusz Palikot, o "Movimento para Apoio de Janusz Palikot", não apenas tem grande chance de passar dos necessários 5% nas eleições, como ainda pode alcançar o posto de terceira força política no Parlamento.

Aparições públicas de Palikot vestindo uma camiseta com a frase "Eu sou gay" (chamando a atenção pela tolerância às minorias) ou com um pênis de borracha nas mãos (em protesto contra abusos sexuais cometidos por policiais poloneses) causaram furor. Ele tenta se colocar como um candidato jovem, liberal e crítico da Igreja, um contraste aos dois maiores adversários nas urnas e um desgosto para Donald Tusk, até bem pouco tempo seu colega de legenda.

Resultado indefinido

Presidente falecido Lech (e) e o irmão Jaroslaw Kaczynski
Presidente falecido Lech (e) e o irmão Jaroslaw KaczynskiFoto: picture-alliance/dpa

Mas ainda há possibilidades de o resultado das urnas polonesas no domingo mudar. Isso porque a maioria registrada pelo PO no início do ano, quando contava com mais de 50% das intenções de voto, veio se despedaçando nas últimas semanas. E cerca de 25% dos entrevistados poucos dias antes da votação ainda se mostram indecisos.

Para tentar reverter a vantagem da Plataforma Cívica, Jaroslaw Kaczynski, considerado antieuropeu, vem tentando suscitar nos poloneses ressentimentos contra os vizinhos alemães.

Em seu livro A Polônia dos meus sonhos, publicado durante a campanha eleitoral, o conservador acusa a chanceler federal alemã, Angela Merkel, de querer subjugar a Polônia. "Merkel pertence a esta geração de políticos alemães que quer restabelecer o poder imperial da Alemanha", escreveu Kaczynski, irmão gêmeo do ex-presidente polonês Lech Kaczynski, que morreu em um acidente aéreo no ano passado, quando ainda exercia o mandato.

Em 2007, quando era primeiro-ministro, Kaczynski já havia tocado no assunto ao exigir que seu país deveria considerar nas votações da UE as perdas do povo polonês durante a Segunda Guerra Mundial. As colocações do político, porém, vem aumentando a rejeição que sofre da população.

Em julho do ano passado ele perdeu as eleições presidenciais, que decidiu o sucessor do seu irmão morto, para o liberal Bronislaw Komorowski. Tusk, por sua vez, fez campanha mostrando-se favorável à União Europeia e próximo de Merkel.

Adversários fracos

Komorowski derrotou Jaroslaw nas eleições para a presidência da Polônia em 2010
Komorowski derrotou Jaroslaw nas eleições para a presidência da Polônia em 2010Foto: AP

Analistas da política polonesa acreditam que a permanência da Plataforma Cívica no poder, caso confirmada, se dará mais pela falta de força dos adversários do que pelo desempenho de Tusk. "A campanha foi monótona", classificou o cientista político Kazimierz Wóycicki, de Varsóvia. Também conta a favor do atual primeiro-ministro o fato de que a Polônia vem passando praticamente incólume à crise da dívida que afeta vários países da União Europeia. Muitos eleitores, porém, mostram-se frustrados com o governo pela não implementação de projetos econômicos de maior abrangência, conforme prometido.

À frente nas pesquisas, o atual governo afirma que a meta para o próximo ano será reduzir o déficit orçamentário para abaixo dos 3% do PIB exigidos pela UE. Este ano, o déficit deve ser de 5,6%, um pouco menor que no ano passado, quando chegou a 7,9%. Para Tusk, a entrada para a zona do euro é uma meta estratégica, mas ela só deverá ser reforçada quando a crise da dívida na Eurozona estiver superada.

MS/dw/dpa/rts
Revisão: Carlos Albuquerque