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Eleições no Egito

3 de dezembro de 2011

Comissão eleitoral anuncia índice de participação elevado nas eleições. Nenhuma mulher foi eleita no primeiro turno. Liberais assumem falhas durante a campanha.

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Primeiro turno indica vitória de islâmicosFoto: dapd

As primeiras eleições do Egito após a queda do presidente Hosni Mubarak tiveram participação de 62% da população. De acordo com a Comissão Eleitoral do país, o índice supera o verificado nas eleições realizadas durante o regime de Mubarak. "É a maior participação desde a época dos faraós", brincou o presidente da Comissão, Abdul Moes Ibrahim.

Mais de oito milhões de egípcios votaram no primeiro turno das eleições parlamentares. O processo eleitoral egípcio ocorrerá em três diferentes estágios durante seis semanas. A primeira fase, concluída nesta semana, define 30% dos 498 assentos na Assembléia do Povo, a câmara baixa do legislativo do país. Os próximos turnos das legislativas egípcias estão previstos para 14 de dezembro e 3 de janeiro.

Os resultados deveriam ter sido anunciados já na quarta-feira (30/11), mas foram adiados várias vezes. Poucos candidatos conseguiram se eleger já no primeiro turno. De acordo com o jornal Al-Masri Al-Yum, nenhuma mulher conseguiu se eleger nesta etapa.

Domínio dos partidos islâmicos

Os resultados parciais já mostram uma larga vantagem aos partidos islâmicos, inclusive salafistas, em relação aos partidos seculares. O Partido Liberdade e Justiça, fundado pela Aliança Islâmica Moderada, espera conseguir mais de 45% dos votos.

Wahlen in Ägypten
Participação de eleitores foi considerada grandeFoto: dapd

A aliança é oriunda da chamada Irmandade Muçulmana, que foi banida durante o regime de Mubarak. A corrente política estabeleceu base social ampla durante décadas e agora deve ter grande apoio nas urnas. Em regiões importantes como Porto Said e no distrito Sul do Mar Vermelho, o partido já venceu com 32,5% e 30% do votos respectivamente.

Os fundamentalistas islâmicos da Al Nour prevêem também considerável aceitação da população, podendo obter, segunod os de 20% a 30% dos votos. A Al Nour considera a democracia subordinada ao Alcorão. O partido defende o fim do consumo de álcool e acredita que mulheres e cristãos não deveriam exercer cargos públicos.

"Na terra do Islã, não posso deixar as pessoas decidirem o que é proibido e o que é permitido. É Deus quem dá as respostas sobre o que está certo e o que está errado", disse o prota-voz do partido Yousseri Hamad.

Liberais em baixa

Por outro lado, o bloco liberal egípcio espera atrair um quinto dos votos. O movimento da juventude, que incentivou a ocupação da Praça Tahrir em janeiro e fevereiro, mostra pouco impacto nas eleições até o momento. O partido liberal mais velho do Egito, Al-Wafd, prometeu, neste sábado (03/12), reação imediata para salvar a imagem do partido após a performance ruim do primeiro turno.

Wahlen in Ägypten
Propaganda será intensificadaFoto: dapd

O partido venceu 13 dos 168 assentos disputados no primeiro turno. O líder do Al-Wafd, al-Sayyed al-Badawi, atribuiu o resultado negativo à campanha insuficiente e a rivalidades dentro do partido. "A publicidade na mídia será intensificada para os candidatos do Al-Wafd nos segundo e terceiro turnos das eleições", disse al-Badawi.

Outro segmento que se preocupa com os resultados apresentados por estas eleições são os cristãos coptas, que compõe 9% da população egípcia. O grupo teme ser discriminado se os partidos islamitas vencerem as eleições. O Conselho Supremo das Forças Aramadas, a junta militar que governa o Egito atualmente, anunciou que a transição para um governo civil deve ser realizada em meados do ano que vem.

MP/rtr/dpa/afp/ap
Revisão: Soraia Vilela