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Pazuello prevê 24,7 milhões de doses de vacinas em janeiro

17 de dezembro de 2020

Ministro da Saúde afirma que buscará contrato com o Butantan para compra da Coronavac. Até agora, nenhuma farmacêutica solicitou registro de vacina na Anvisa.

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Ministro da Saúde Eduardo Pazuello
Para Pazuello, Brasil está na "vanguarda" da corrida pela vacinaFoto: Getty Images/A. Anholete

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira (17/12), em audiência remota com senadores, que o governo federal deve receber 24,7 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 ainda em janeiro.

Desse montante, 15 milhões de doses são da vacina elaborada pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca em parceria com a universidade de Oxford, que no Brasil será até o final do ano fabricada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Outras 9 milhões são do imunizante Coronovac, desenvolvido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, e 500 mil da vacina criada pela americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech.

Em fevereiro, a estimativa de Pazuello é receber mais 37,7 milhões de doses, sendo 22 milhões do Butantan, 15,2 milhões da AstraZeneca/Oxford e 500 mil da Pfizer/BionTech. Em março, o ministro da Saúde afirmou que o país receberá mais 31 milhões de doses, sem informar os laboratórios de origem, completando 93,4 milhões de doses à disposição no primeiro trimestre.

No entanto, apenas a compra da vacina de AstraZeneca/Oxford foi assegurada até o momento, com um prazo de entrega mais alongado do que o informado pelo ministro. Com Butantan e Pfizer, o governo tem negociações em andamento. Nenhuma das empresas já solicitou o registro de sua vacina à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O anúncio de Pazuello é parte de uma mudança de estratégia do governo federal, que pretende se mostrar pró-ativo na busca de vacinas contra a covid-19, independentemente da origem do imunizante. O Palácio do Planalto estava sob pressão do governador de São Paulo, João Doria, que anunciou um cronograma de imunização no estado com a vacina da chinesa Sinovac, que vinha sendo desprezada pelo presidente.

Na quarta-feira (16/12), o governo federal apresentou o seu plano de vacinação contra a covid-19, no qual estima que o país precise de 350 milhões de doses para imunizar sua população, já que essas vacinas demandam duas doses para serem eficazes.

A previsão de Pazuello é iniciar a vacinação para os grupos prioritários em fevereiro, desde que haja registro aprovado pela Anvisa. Para bancar a compra dos imunizantes, o presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira uma medida provisória (MP) que destina R$ 20 bilhões para o Ministério da Saúde.

Contrato com o Butantã

Durante a audiência com os senadores, Pazuello afirmou que o governo federal já havia firmado, em outubro, um memorando com o Instituto Butantan para a a compra de 46 milhões de doses.

Esse acordo, porém, foi logo depois revogado por Bolsonaro, que anunciou no Twitter que a vacina chinesa não seria comprada pelo governo federal, em uma disputa política com Doria.

Nesta quinta-feira, Pazuello afirmou que o acordo com o Butantan segue válido e que agora a sua pasta irá fechar um contrato de aquisição com o instituto paulista.

Doria anunciou em 7 de dezembro um cronograma de vacinação  no seu estado, que começa em 25 de janeiro, data em que se comemora a fundação da capital paulista.

Nesta quinta-feira, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que pretende divulgar os dados de eficácia da vacina e pedir o registro emergencial e o registro definitivo à Anvisa na próxima quarta-feira. Segundo ele, é possível que o cronograma paulista de vacinação seja adiantado e comece em 15 de janeiro, com um estoque inicial de 9 milhões de doses.

Além da compra das três vacinas mencionadas por Pazuello, o Brasil também poderá ter acesso a doses disponibilizadas pelo consórcio Covax-Facility, coordenado pela Organização Mundial da Saúde. O número de vacinas disponíveis por esse esquema e seu cronograma de entrega ainda não estão definidos.

Aos senadores, Pazuello negou que o Brasil esteja atrasado na corrido pelo imunizante. "Todas essas possibilidades e números, estamos em uma vanguarda, não estamos sendo atropelados, estamos em uma vanguarda", afirmou.