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Peixes brasileiros para a cozinha alemã

Carlos Ladeira /ms

Empresários e representantes do governo brasileiro estiveram na Alemanha apresentando uma variedade de peixes de água doce para o consumo. A meta é conquistar o mercado europeu.

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Pacu (Piaractus mesopotamicus)

Em todo o mundo, a exportação de peixes e crustáceos movimenta cerca de 55 bilhões de dólares por ano. O Brasil, que cresce gradativamente neste setor, já apresenta números expressivos. Em 2002 exportou um volume correspondente a 334 milhões de dólares, em 2003 subiu para 411 milhões de dólares. A previsão para este ano é de 460 milhões de dólares, confirmando a tendência positiva.

Com o intuito de incrementar ainda mais a exportação de peixes de água doce, uma delegação brasileira chefiada pelo Secretário Nacional da Pesca, José Fritsch, realiza um giro pela Europa.

Em sua passagem pela Alemanha, país que importa 80% de seu consumo de pescado, o grupo de empresários e comerciantes expôs a variedade da piscicultura brasileira em reunião que contou com a presença de importadores e de grandes distribuidores alemães e ainda de membros de órgãos governamentais.

Esta ofensiva comercial, pioneira no setor de peixes para o consumo, é importante para a divulgação da qualidade do produto brasileiro, que não deixa nada a dever para outros países exportadores com fama já consolidada no mercado. A carne do peixe brasileiro atende aos padrões ecológicos e tecnológicos internacionais tanto nos produtos elaborados quanto filetados ou congelados, afirmou José Fritsch.

Padrão internacional

Surubim - Süßwasserfisch aus Brasilien
Surubim (Pseudoplatystoma fasciatum)

Paulo Moussali, gerente da Global Life Internacional, de São Paulo, uma empresa de tradição no setor, confirma o cuidado que o Brasil dispensa com a qualidade do peixe para comercialização. “O importante é o rastreamento do produto, ou seja, todo o traçado da genética hereditária do peixe ou do camarão. Este é o elemento básico para a certificação dentro dos padrões internacionais.”

Além disso, a não utilização de antibióticos, dioxinas e outras substâncias proibidas, que podem ser constatadas no momento em que se faz o rastreamento do peixe ou do crustáceo, são as mais importantes medidas para que o produtor e exportador brasileiro tenha chance de garantir seu espaço no mercado internacional.

Paladar exótico

Tal preocupação com o produto tem gerado bons resultados. Na União Européia, a importação de produtos da pesca brasileira aumentou 35,9% entre 2002 e 2003, informou Mathias Keller, da Sociedade Alemã dos Atacadistas da Indústria do Peixe.

Ele frisou ainda que somente a certeza de abastecimento constante, transparência na apresentação do produto e a quebra de certas barreiras culturais, isto é, que o consumidor europeu se acostume e aprecie o paladar do peixe de água doce tropical, é que poderão garantir o sucesso desta nova ofensiva comercial brasileira.

Variedade que impressiona

Tucunaré - Süßwasserfisch aus Brasilien
Tucunaré (Cichla spp)

A variedade de peixes para o consumo espelha a grandeza dos rios brasileiros. Pirarucu, pacu, lambari, jundiá, matrinxã, piau, tucunaré, tilápia, tambaqui, surubim, piraputanga, piracanjuba e aruana são alguns exemplos de espécies encontradas nos rios, especialmente nas regiões do Amazonas e Pantanal. Para o consumidor alemão, estes peixes serão comercializados com descrição nutritiva na embalagem e receitas para o preparo.

Em setembro de 2004, uma delegação alemã irá para o Brasil conhecer de perto a piscicultura nacional, incluindo visitas em fazendas, viveiros, enfim, para acompanhar todo o processo de produção e processamento. O resultado do esforço deve se reverter em novos e prósperos negócios e na presença de mais peixes brasileiros na cozinha alemã.