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Pequenos créditos com grandes efeitos

(rw)12 de junho de 2005

Microcréditos são importantes aliados da ONU no combate da pobreza mundial. Para ampliar as concessões e divulgar os êxitos na América do Sul, África e Ásia, a ONU declarou 2005 o Ano Internacional dos Microcréditos.

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Costureiras no AfeganistãoFoto: AP

"As pessoas nas regiões mais pobres deste planeta não querem esmolas, elas querem uma chance justa", salientou Wolfgang Kroh, responsável pelo departamento de cooperação financeira com os países em desenvolvimento do Instituto de Créditos para a Reconstrução (KfW), ao apresentar o relatório da instituição em Frankfurt.

O KfW é a instituição estatal alemã responsável pela coordenação financeira da ajuda ao desenvolvimento, empregando não só dinheiro cedido pelo Ministério de Cooperação Econômica, mas também recursos próprios.

"Pobres pagam suas contas"

"Justamente firmas pequenas ou microempresas empregam a maioria das pessoas que trabalham nos países pobres, entre elas principalmente mulheres e gente de baixo poder aquisitivo", disse Kroh. Os pobres são confiáveis no tocante à devolução dos empréstimos.

Além disso, os resultados podem ser vistos diretamente na comunidade local, o que serve de incentivo para a empregar bem o dinheiro. Se as crianças passam a se alimentar, não são obrigadas a trabalhar e podem freqüentar a escola, acaba sendo quebrado o círculo vicioso da pobreza, acrescenta.

Kroh destaca que 80% dos pobres, acima de tudo na África, não têm acesso a créditos. Eles não podem economizar e não têm oportunidade de participar do movimento financeiro. Para ele, "isto se deve ao fato de os mercados financeiros dos países em desenvolvimento ainda não terem se desenvolvido. Geralmente o que falta é experiência para as pequenas e microempresas".

Não só desenvolver a infra-estrutura

Desde 1962, o Instituto de Créditos para a Reconstrução concedeu 56 bilhões de euros a governos e empresas do Terceiro Mundo, dos quais quase cinco bilhões de euros foram para o desenvolvimento de sistemas de financiamento.

No ano passado, o montante aprovado foi de 1,9 bilhão de euros, um crescimento de 22% em relação a 2003. Quase 70% dos créditos foram para a ampliação da infra-estrutura econômica e social, como redes de transporte, educação e saúde.

Outra forma de ajuda é a concessão de créditos a pequenas cooperativas, seja para a confecção de poços artesianos, para a compra de sementes, farinha para fazer pão ou mesmo para investimentos como uma máquina de costura.

Não um teto sobre a cabeça Com 30 anos de experiência, a holandesa Oikocredit é uma das maiores e mais antigas cooperativas de crédito que atua no combate à pobreza. Muito mais do que um teto sobre a cabeça (oiko=casa em grego), seu objetivo é garantir a sobrevivência de famílias através da auto-ajuda.

A Oikocredit participa em investimentos de mais de 60 milhões de euros nas instituições de microfinanciamento em todo o mundo.

"Atualmente, 24 mil pessoas e organizações em 19 países contribuem com 81% do nosso capital", explica Heidi Thiemann, da Oikocredit.

Ainda segundo ela, mais da metade do dinheiro é investido em projetos na América Latina, seguidos de iniciativas na África, Ásia e Leste Europeu. As principais beneficiadas são as mulheres, que geralmente sustentam grandes famílias.