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"Perdemos uma batalha, mas não a guerra", diz Morales

24 de fevereiro de 2016

Presidente da Bolívia reconhece derrota em referendo para permitir sua reeleição, mas afirma que continuará lutando contra o capitalismo. Líder critica redes sociais e institutos de pesquisa eleitoral.

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Foto: Getty Images/AFP/A. Raldes

O presidente da Bolívia, Evo Morales, reconheceu nesta quarta-feira (24/02) sua derrota no referendo do último domingo, no qual foi rechaçada uma reforma constitucional que permitiria que ele se candidatasse para um quarto mandato, em 2019.

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) boliviano confirmou nesta quarta-feira o triunfo do "não" na consulta popular, com 51,31% dos votos frente a 48,69% do "sim", após apuração de 99,49% dos votos.

"Quero dizer que respeitamos os resultados. Isso é parte da democracia", disse Morales numa coletiva de imprensa em La Paz.

Ele destacou que seu partido, o Movimento para o Socialismo, contou com o respaldo de 50% dos eleitores, apesar da "guerra suja" e da "discriminação" que disse ter sido vítima durante a campanha. "Com exceção desse referendo, vencemos todas as batalhas. Agora perdemos uma batalha, mas não a guerra", disse.

Trata-se da primeira derrota eleitoral de Morales em seus dez anos como presidente. O líder boliviano afirmou que continuará sua luta contra o capitalismo e o imperialismo juntos aos "movimentos sociais".

"Pode ter sido um erro aceitar [convocar o referendo], mas sou disciplinado quanto ao pedido dos movimentos sociais. Fomos derrotados, mas esta é uma pequena batalha. Vamos continuar com a luta, com mais força, mais experiência e mais unidade", afirmou o presidente.

O líder criticou o uso das redes sociais contra ele e o trabalho dos institutos de pesquisa eleitoral, sugerindo que sejam criadas leis para controlar a difusão de notícias e enquetes. O resultado oficial confirmou os dados divulgados no domingo, após a votação, pelos institutos Ipsos e Equipos Mori, que adiantaram uma estreita vantagem do "não".

Morales se reunirá nesta quinta-feira com seus ministros, vice-ministros e autoridades de outras entidades e empresas estatais para avaliar os resultados do referendo. Ele afirmou ser muito cedo para designar um candidato governista para as eleições presidenciais de 2019.

LPF/efe/dpa